Cerca de 100 mil pessoas da zona norte e parte da leste de Manaus amanheceram sem ônibus nesta quinta-feira (11), quando funcionários da empresa Transporte Vega paralisaram 100% da frota. As linhas 003 - 030 - 055 - 307 - 315 - 316 - 326 - 407 - 409 - 427 - 454 - 455 - 458 - 626 só voltaram a funcionar a partir das 8h. 

De acordo com a categoria, a greve surpresa aconteceu por descontos indevidos no salário dos motoristas e cobradores e a falta de pagamento de horas extras.

A empresa Vega tem 110 ônibus e opera 15 linhas. Os principais bairros são Santa Etelvina, Novo Israel e Manôa.

O diretor da Empresa de Transporte Vega, Marco Aurélio, disse que vai recorrer a Justiça,  pedindo que o Sindicato dos Rodoviários pague uma multa de R$ 100 mil por impedir a saída dos ônibus da garagem e provocar uma greve ilegal.

“Vamos fazer uma Boletim de Ocorrência (BO) e acionar judicialmente o sindicato. A greve é ilegal, existe uma liminar expedida há alguns meses que proíbe os rodoviários de entrarem na garagem”, disse.

Segundo ele, o motivo da greve não passa de um mal entendido. “Durante alguns meses, nós pagamos um valor a mais para alguns motoristas que trabalham no turno único, que devem cumprir uma carga horária semanal de 44 horas, ou seja, tem que trabalhar oito horas e  48 minutos. Porém, o nosso sistema não entendia essa posição, então, mudamos a jornada para sete horas e 20 minutos diárias. Regularizamos o valor da jornada. É um direito da empresa, mas, de forma leviana, o sindicato usa isso para colocar alguns motoristas contra a Vega”, explicou.

Por meio da assessoria de imprensa, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) informou que também vai entrar com uma ação contra o Sindicato dos Rodoviários, na Justiça. 

A Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) disse, por meio da assessoria de comunicação, que o superintendente do órgão, Pedro Carvalho, se reunirá com o prefeito Arthur Neto para decidir o que será feito. “Ainda não temos uma posição, mas com certeza o sindicato será punido”, disse a assessoria.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Givancir Oliveira, informou que não tem nada a ver com a greve desta quinta-feira. “Eu cheguei na garagem às 6h e a greve já estava acontecendo. Os motoristas e cobradores pararam por conta própria e me chamaram. Eu que disse para encerrar a greve e liberar os ônibus”, afirmou.

Givancir disse, ainda, que o motivo da paralisação foi pagamento de hora extra. 

“Não só a Vega, mas todos as empresas estão deixando de pagar hora extra, INSS e outros benefícios. Depois das eleições, vamos fazer uma greve geral”, falou.

Nesta quarta-feira (10), as pessoas que utilizam transporte público também foram prejudicadas com atraso nos ônibus, causando, segundo a SMTU, pela retenção no trânsito em vários pontos da capital.