Sindicatos ligados à oposição realizaram ontem a segunda greve geral deste ano na Argentina para protestar contra a crescente inflação e os cortes de empregos, o que reduziu a atividade no país e fez com que o centro de exportação de grãos de Rosário ficasse praticamente parado.
A terceira maior economia da América Latina está atolada em uma recessão que deve piorar após o default no mês passado, já que aumenta a pressão sobre a moeda nacional, o peso, o investimento se reduz e os custos dos empréstimos para empresas e províncias sobem.
A greve de 24 horas convocada pela poderosa central sindical CGT afetou os sistema ferroviário, o transporte aéreo, os postos de gasolina e a administração pública.
“Os motivos (para a greve) são suspensões, demissões... e também estamos levantando a questão do imposto de renda e da reabertura das negociações salariais”, disse Rubén Sobrero, líder do sindicato dos trabalhadores ferroviários.
A aceleração da inflação faz com que o rendimento dos trabalhadores sofra maior incidência de impostos, embora seus salários não estejam subindo em termos reais.
A economia argentina entrou em recessão no primeiro trimestre, depois que a produção da indústria e o consumo privado caíram. O país tem uma das taxas de inflação mais altas do mundo, atualmente por volta de 30%, de acordo com economistas do setor privado.
“Se nossas exigências não forem atendidas em seguida, haverá outra greve de 48 horas em setembro”, disse Sobrero.