Em greve desde o dia 20, os servidores do Judiciário Federal em São Paulo realizam nesta quarta-feira, 27, um dia de Apagão nas Justiças Federal, Trabalhista e Eleitoral de todo o Estado, quando vão suspender o atendimento ao público para pressionar o governo federal a repor os oito anos de perdas salariais da categoria.
Para marcar a mobilização, os trabalhadores se reúnem a partir das 13h, em frente à sede do TRE-SP, no centro da capital paulista, onde vão realizar um ato público, seguido de assembleia geral da categoria. Participam do ato servidores de São Paulo e do interior, vindos de cidades como Santos, Cubatão, São Vicente, Barueri, São Bernardo do Campo, Taubaté e Marília.
Os servidores do Judiciário são a categoria com maior tempo de defasagem salarial dentre os servidores federais (desde 2006, ano do último Plano de Cargos e Salários) e consideram que a greve representa a única alternativa para a reposição das perdas. Eles já pararam o trabalho em nove estados, incluindo o Distrito Federal.
Greve pressiona Dilma e Lewandowski
O objetivo é assegurar que a previsão de recursos encaminhada pelo Poder Judiciário para a implementação do Projeto de Lei 6613/09, que garante a reposição das perdas salariais dos servidores, seja mantida na proposta de lei orçamentária que a Presidência tem de enviar ao Congresso até o fim desta semana.
A pressão dos servidores dirige-se também ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, a fim de que ele defenda a autonomia e independência do Poder Judiciário para fixar sua política salarial.
Isso significa fazer com que Lewandowski lute pela aprovação do substitutivo ao PL 6613/09, que está parado na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados por obstrução do governo.O substitutivo prevê 56% como índice médio de reposição das perdas salariais da categoria e foi elaborado em meio à greve do primeiro semestre, durante uma mesa de negociação instalada entre representantes dos tribunais e conselhos superiores da Justiça e da federação nacional dos servidores.
Retomada em agosto, a greve vem se ampliando e já paralisa atividades em ao menos seis TRE´s (São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Paraíba).