Notícia - Sindicato denuncia falta de material em hospital de Tarauacá; Saúde nega

O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) informou nesta sexta-feira (8) que vai levar ao Ministério Público do Estado (MP-AC) e ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) denúncia sobre a falta de materiais e medicamentos básicos no Hospital Geral Dr. Sansão Gomes e Maternidade Ethel Muriel Geddis, em Tarauacá, distante 400 Km de Rio Branco. Segundo o sindicato, faltam na unidade soro, luvas cirúrgicas, esparadrapo, gaze e até AASS.

Segundo o presidente do Sindmed, Murilo Batista, um levantamento dos materiais e medicamentos que estão em falta será enviado junto às reclamações aos órgãos.

Ele explica que a falta dos medicamentos e dos materiais hospitalares prejudicam os atendimentos realizados no município. "Vamos dar entrada no MPE e MTE denunciando o caso na próxima semana, pois sem a medicação e material não tem como ter um profissional lá. Ele precisa ter todos os instrumentos básicos necessários para atender as pessoas que chegam, e fazer um bom atendimento", diz.

Dentre os aparelhos em falta, está o autoclave, utilizado na esterilização dos instrumentos médicos. "Eles estão atendendo no que podem fazer, é uma situação difícil", disse Murilo, ao ser questionado sobre os atendimentos na unidade. Além desse problema, Murilo afirma que há dificuldades na transferência dos pacientes para Rio Branco e Cruzeiro do Sul.

Segundo ele, uma denúncia foi feita ao Conselho Regional de Medicina (CRM) e à Secretaria do Estado de Saúde no início de agosto e os documentos serão anexados e enviados ao MPT e MTE.

Na lista de medicamentos e materias em falta apontados pelo Sindmed estão: fios de sutura, seringas, gaze, luvas cirúrgicas, autoclave, cateteres venosos, esparadrapo, PVPI, soros, adrenalina, etilifrina, isossorbida, AASS, propranolol, clopidogrel, mathergan, ceftriaxona, cefalotina, ampicilina sódica, gentamicina, omeprazol injetável.

Gerente geral da Unidade, Anísia Aragão, contesta a veracidade da denúncia feita pelo Sindmed. Segundo ela, o único problema recente na unidade, que atende ao menos 120 pessoas por dia, foi a falta de alguns antibióticos, mas o problema teria durado menos de três dias e já teria sido sanado.

"Isso não procede em hipótese alguma. Tivemos um problema de falta de antibiótico, mas já chegou na tarde desta sexta-feira (8). Os pacientes vêm até de Feijó para se tratar aqui, estou chateada, porque o hospital é muito organizado. Recentemente tivemos mutirão de cirurgias, o que não seria possível se estivessem faltando tudo na unidade", comenta.

Segundo ela, as denúncias teriam viés eleitoreiro. "O negócio é que estão chegando as eleições e por isso dizem essas coisas", acusa.

Saúde nega falta de materiais hospitalares

Ao G1, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) também negou a denúncia de que faltam materiais médico hospitalares na unidade de Tarauacá. Já sobre a falta de medicamentos, admitiu que o estado vem sofrendo uma crise, mas afirma que tem conseguido contornar a situação, buscando compras emergenciais, garantindo que nenhum paciente fique sem tratamento.

De acordo com a Sesacre, dos 863 medicamentos da rede estadual, fornecidos dentro dos hospitais, apenas 3% estão em falta. A Saúde atribui essa crise, principalmente, à indústria farmacêutica nacional e às empresas fornecedoras que não têm cumprido prazos de entrega.


Fonte:  G1 - 11/08/2014


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