Notícia - Fitmetal participa de debate sobre o Programa de Proteção ao Emprego

O secretário de Formação da Fitmetal, Marcelo Toledo, participou nesta terça-feira (29), na sede da Força Sindical, em São Paulo, de um debate com dezenas de representantes do movimento sindical sobre o chamado Programa de Proteção ao Emprego (PPE), proposta que vem sendo discutida no âmbito da Coordenação Sistêmica de Condições e Relações de Trabalho do Plano Brasil Maior.

O PPE vem sendo discutido pelas centrais sindicais. Para Toledo, que é trabalhador metalúrgico na General Motors, em São Caetano do Sul (SP), é preciso levar em conta o atual cenário enfrentado pelos trabalhadores e trabalhadoras no chão de fábrica.

“A GM está em meio a um processo de demissões. E estamos vendo muitos companheiros demitidos, que antes ganhavam cerca de R$ 18 por hora, sendo readmitidos com salários de R$ 7 por hora”, relatou o dirigente, ao explicar que o cenário de crise difundido pelas empresas está longe da realidade.

“Em São Caetano há rumores de que alguns setores trabalharão aos sábados para dar conta da atual falta de veículos nas concessionárias. A GM está aproveitando a crise internacional para reestruturar toda sua força de trabalho”, complementa Marcelo Toledo.

Sem urgência

Para Eduardo Navarro, dirigente da Executiva da CTB presente à reunião, o momento atual não exige nenhum tipo de urgência para a aprovação do PPE. “Ao que nos consta, as remessas de lucro das empresas estão indo muito bem”, afirmou.

O argumento dos defensores do PPE tem como premissa o risco de haver demissões na indústria brasileira por conta do momento de crise internacional. Pela redação do projeto, seria facultada, por prazo determinado, a redução da jornada de trabalho com redução proporcional do salário, em condições estabelecidas por acordo coletivo entre empresa e sindicato.

Pelo acordo, não poderia haver nenhuma demissão durante sua vigência, tampouco a contratação de novos funcionários para preencher essa demanda. O restante do salário de cada empregado seria pago a partir de recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT).

Contrapartidas

A conversa desta terça-feira serviu para que as centrais sindicais pudessem expor seu ponto de vista a respeito do tema, sem qualquer tipo de definição a ser tomada. Um novo encontro será realizado em duas semanas para que a discussão seja aprofundada.

Para Marcelo Toledo, qualquer que seja a postura a ser tomada pelas centrais, um elemento não pode ser ignorado: é preciso discutir o lucro que as empresas obtêm no Brasil.

Dados do Banco Central mostram que, somente em 2013, as montadoras multinacionais estabelecidas no país enviaram para suas matrizes US$ 3,3 bilhões, valor 35% superior ao de 2012. Entre 2010 e 2013, as cifras alcançam US$ 15,4 bilhões.

“Antes de pensarmos na utilização de dinheiro público para esse projeto, precisamos exigir algum tipo de contrapartida social. O diálogo com o governo e os empresários precisa ser estabelecido a partir dessa premissa”, defende o dirigente da Fitmetal.


Fonte:  Fernando Damasceno - Portal CTB - 29/07/2014


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