Notícia - Faturamento de mototaxistas triplica durante greve na PB, diz sindicato

O número de viagens feitas por mototaxistas em Campina Grande deve triplicar nesta quarta-feira (23) em relação à média diária, de acordo com o Sindicato dos Mototaxistas do município (Sindmoto-CG), William Pereira. O serviço está sendo uma das principais alternativas utilizadas pela população durante a greve dos motoristas de ônibus coletivos iniciada à 0h desta quarta-feira e que paralisou 100% da frota.

William explica que o Sindmoto-CG tem mil mototaxistas cadastrados e que, com a greve, cerca de 90% das motos devem circular. “Os mototáxis trabalham em cima de faturamento por viagem. Como a oportunidade de pegar corridas é três vezes maior por causa da greve, muitos mototaxistas querem trabalhar para conseguir este faturamento extra”, disse o presidente do sindicato.

O mototaxista Ailson Queiroz, de 41 anos, comenta que a movimentação durante a greve está sendo maior do que em dias em que normalmente há um aumento no número de passageiros. “Em um intervalo de quarenta minutos eu já consegui quatro corridas. É quase o triplo de corridas que consigo em dias normais e o dobro de viagens dos dias especiais, como quando tem provas de concurso e vestibular ou em véspera de feriados”, explicou.

No ponto onde Ailson trabalha, no bairro do Presidente Médici, cerca de vinte mototaxistas revezam as corridas durante o dia. “Normalmente sempre tem uns três ou quatro que ficam parados aqui aguardando uma viagem, mas hoje o ponto está muito movimentado. Não dá cinco minutos e já estamos todos na rua fazendo corridas”, completou.

A estudante Mayara Castro, moradora do bairro do Dinamérica, conta que passou mais de uma hora tentando solicitar uma moto através do serviço telefônico de uma das centrais de mototáxi da cidade, mas não conseguiu devido ao número de passageiros telefonando ao mesmo tempo. “Durante quarenta minutos a ligação só dava ocupada. Quando consegui falar com a atendente, ela explicou que não tinha moto disponível pois todas já estavam circulando”, disse.

Mayara explicou que desistiu de tentar pegar a moto através do serviço e foi procurar uma alternativa na Avenida Almirante Barroso. “Vim esperar em um lugar mais movimentado, mas já fiquei sabendo de outras pessoas que os mototaxistas estão cobrando um valor mais alto”, disse.

A dona de casa Graça Dantas comenta que alguns mototáxis, principalmente os clandestinos, estão querendo cobrar um valor muito acima do tarifado para o serviço, que é de R$ 5. “É um absurdo. Alguns deles [dos mototáxis] não querem pegar a corrida quando é para um bairro mais distante e outros estão cobrando até R$ 15 por uma viagem”, reclamou Graça.

O gerente de operações de trânsito da Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos de Campina Grande (STTP), Alex Marcolino, explicou que o órgão não tem como regulamentar o preço ou comportamento dos mototáxis clandestinos, mas orienta a população a procurar o serviço prestado apenas pelos profissionais que são cadastrados.

“Todo mototaxista cadastrado utiliza moto, capacete e colete com identificação do número de registro e selo da STTP. No caso deste serviço, o profissional é orientado à cobrar o valor da tarifa e em caso de abuso ou de algum outro problema, o passageiro pode telefonar para o número 3341-1517, anotando o número de identificação do mototáxi, e fazer uma denúncia anônima”, completa Alex.

Negociações da greve

Na manhã desta quarta-feira (23), representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Sitrans) se reuniram com o Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Trabalhadores em Transporte Urbanos de Passageiros de Campina Grande (Simcof). Na ocasião o Sitrans apresentou uma proposta de reajuste de 8%, que será avaliada pela categoria na tarde desta quarta-feira.

A decisão da greve foi tomada na tarde da terça-feira (22), após a terceira rodada de negociação entre o Simcof e o Sitrans. Segundo o sindicato dos rodoviários, após a reunião realizada na terça-feira, houve uma redução no pedido de proposta salarial, por parte dos sindicalistas, de 16% para 11% de reajuste.


Fonte:  Diogo Almeida/G1 - 24/07/2014


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