Notícia - Após denuncia do Sinpol-MS, detentos são transferidos para presídios da Capital

Os cinco presos que estavam enjaulados em uma cela improvisada na delegacia de polícia de São Gabriel do Oeste, a 140 quilômetros da capital, já foram transferidos para unidades prisionais na manhã desta última quarta-feira (16), sendo dois para Campo Grande e três para Coxim. 

A transferência emergencial só aconteceu após uma denúncia do Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), realizada segunda-feira (14), após uma visita de rotina do sindicato, que apontou inúmeras irregularidades na delegacia, entre elas a situação de presos em jaulas há mais de 20 dias, sem acesso ao banheiro, comida espalhada pelo chão, mau cheiro e uma realidade totalmente desumana, além da falta de efetivo que expõe os policiais a situações de risco. 

Para o presidente do Sinpol-MS, Alexandre Barbosa, este cenário caótico em que vive o estado de Mato Grosso do Sul se deve a falta de investimento na segurança pública, que por sua vez atinge o sistema carcerário, que não tem vagas para abrigar os presos e acaba afetando as esferas da força policial, e consequentemente deixa a sociedade a mercê da criminalidade e vivendo inseguramente.

Barbosa ainda frisa a falta de efetivo policial. “Nesta situação o policial estava totalmente exposto, pois ao tirar o preso para levá-lo ao banheiro corria sério risco de ser surpreendido por outro e acontecer uma fuga. É humanamente impossível, um policial de plantão dar conta de dezenas de presos”. 

A diretoria do Sindicato relata que inúmeras delegacias passam por esta situação, de ter que “ficar” com presos, por dias... meses, até que o mesmo seja encaminhado para o presídio, mas que não pode permitir que uma situação como esta aconteça e ninguém faça nada. “Delegacia de polícia não é presídio, e não tem condições de abrigar presos. Além disso, policial não foi treinado para cuidar de presos, isso já falamos inúmeras vezes”, explanou o presidente.

Falta de efetivo

Enquanto o caos se generaliza, e a insegurança paira sobre a população sul-mato-grossense, 579 novos policiais civis (491 investigadores e escrivães, 50 papiloscopistas e 38 peritos) aguardam início do curso de formação, que vem sendo postergado pelo governo do estado há dois meses. Segundo o sindicato, no estado seriam necessários 2.400 policiais civis, e hoje conta com pouco mais de 1.300 escrivães e investigadores ativos. 

Um levantamento feito pelo Sinpol aponta que de 2007 para cá saíram da polícia civil 435 (investigadores e escrivães), e entraram por meio de concurso 288, ficando um déficit de 147. “São seis anos, e apenas 288 novos policiais, ou seja, dos 491 que vão entrar, 147 deles entram para cobrir um déficit. O estado fica devendo para a segurança pública mais de 750 policiais”, finaliza Barbosa.


Fonte:  Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul - 21/07/2014


Comentários

 

O Mundo Sindical e os cookies: nós usamos os cookies para guardar estatísticas de visitas, melhorando sua experiência de navegação.
Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.