Notícia - Delegados de Montes Claros devem aderir à paralisação estadual

Os delegados de Polícia Civil de Montes Claros (MG) devem aderir à paralisação estadual pela reestruturação da carreira, que vai ser realizada das 14h às 18h, desta quarta-feira (23). A maior cidade do Norte de Minas tem 17 profissionais atuando no cargo.

Segundo informações do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Minas (Sindepominas), a paralisação desta quarta deve durar quatro horas, outras duas estão previstas para os dias 30 de abril, com duração de oito horas, e 7 de maio, com 12. As decisões foram tomadas em uma assembleia realizada em 28 de março em Belo Horizonte. Apenas casos de extrema urgência serão atendidos.

O representante do sindicato em Montes Claros, Jurandir Rodrigues, explica que atualmente um delegado em início de carreira recebe R$ 7.740 brutos, por 40 horas semanais de trabalho, a intenção é de que o salário seja de R$ 16 mil.

“Nós delegados, estamos disponíveis 24 horas por dia e somos os primeiros a garantir os direitos dos cidadãos, mas Minas Gerais é o estado com o pior salário para a categoria. Em outros lugares, os profissionais chegam a receber o dobro do que ganhamos.”

O delegado Jurandir Rodrigues ainda diz que os profissionais não recebem adicionais referentes à periculosidade e insalubridade, além de não ganharem horas extras e nem por horas noturnas trabalhadas.

Jurandir Rodrigues esclarece que a lei prevê a equiparação dos salários dos delegados ao dos defensores públicos, já que ambas são carreiras jurídicas do estado. “Para se ter uma ideia, um defensor recebe mais do dobro do que um delegado”, destaca.

O presidente do sindicato em Minas Gerais, Marco Antônio de Paula Assis, fala que cerca de mil delegados trabalham no estado, quando o número ideal seria 1.987. Ele ainda ressalta que dos 420 empossados no último concurso, mais de 80 já pediram exoneração do cargo. 

“Há estudos que mostram que no comparativo entre o número de habitantes e policiais civis, Minas Gerais, que é um dos maiores estados, tem um dos menores índices.”

Sobre a situação vivida pelos policiais no interior de MG, Marco Antônio de Paula também diz que “além dos profissionais cumprirem o expediente, levam trabalho para casa, já que inúmeras vezes são chamados para atender casos durante a noite e madrugada”.

Ele não soube dizer o número de delegados que desistiram dos cargos no Norte de Minas, mas destaca que a região é uma das que os pedidos de exoneração são feitos em maior quantidade, principalmente pela localização distante e pelas condições de trabalho.

O que diz a Polícia Civil

Em nota, a assessoria de comunicação da Polícia Civil afirmou que "a chefia acompanha com interesse toda e qualquer mobilização em cada uma das carreiras na polícia. Nos caso dos delegados, a instituição respeita a reivindicações apresentadas e mantém permanentemente aberto o diálogo na busca do entendimento que possibilite à Polícia Civil o pleno cumprimento da sua missão, de atender bem a sociedade mineira."


Fonte:  Michelly Oda/G1 - 23/04/2014


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