Notícia - Geração de empregos em março caiu 0,10% no Amazonas, aponta Caged

O saldo de empregos do Amazonas, que já havia apresentado resultado negativo em fevereiro, caiu ainda mais em março, com retração de 0,10%. No mês passado, foram perdidos 472 empregos celetistas no Estado. Os números constam do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta última quinta-feira (17) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

A maior redução no número de vagas aconteceu na construção civil, que registrou saldo negativo de 539 postos em março. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon/AM), Eduardo Lopes, as empresas do segmento vem sofrendo com a falta de pagamento de obras públicas federais, o que tem refletido em corte de custos.

“Estamos vivendo um momento de estabilidade no setor imobiliário. Então, as obras públicas deveriam segurar o faturamento, mas estamos tendo muitos problemas de atraso. Tanto em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 1 e 2. Até o Minha Casa, Minha Vida, que tradicionalmente pagava em dia, agora estamos recebendo com 20 ou 30 dias de atraso”, disse.

Neste cenário, o representante considera natural as demissões, já que as empresas estão contendo despesas. Azevedo observa, ainda, que os atrasos nos pagamentos contrariam o movimento observado em outros anos eleitorais, quando o esforço dos governos foi sempre para finalizar o maior número possível de obras. “Quem quer se eleger, tem que mostrar serviço. Então acredito que o problema seja mesmo financeiro. Imaginamos que o governo está passando por algum aperto monetário e penalizando o fornecedor, que somos nós”, afirma.

O comércio também apresentou perda significativa de vagas em março, fechando o mês com saldo negativo de 283 postos de trabalho. Para o vice-presidente da Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio/AM), Aderson Frota, as vendas do setor foram influenciadas pelas chuvas intensas e pelos problemas de mobilidade das cidades, em especial, em Manaus, o que tem afastado os consumidores das ruas e centros de compras.

“Além, disso, o primeiro semestre é tradicionalmente mais fraco. A diferença de desempenho entre a primeira metade do ano e a segunda metade pode chegar a 40%”, observa Frota.

O representante do comércio ressalta, no entanto, que devido à Páscoa e ao Dia das Mães, que é considerada a segunda melhor data para o comércio, a geração de empregos deve apresentar recuperação em abril.

No sentido contrário, o setor de serviços do Amazonas apresentou saldo positivo na abertura de vagas no mês passado, com saldo de 315 novos postos celetistas. A indústria também fechou com saldo positivo, de 44 novas vagas.

Interior

Entre os 22 municípios com mais de 30 mil habitantes, considerados no levantamento do MTE, nove apresentaram alta no saldo de empregos, quatro permaneceram estáveis e nove tiveram queda, incluindo Manaus.

O maior saldo foi registrado por Coari, onde foram criadas 31 novas vagas. Em seguida vem Parintins, com 15, e Iranduba, com 10 novos postos.

Manaus liderou entre as maiores quedas, com a perda de 513 vagas, seguida de Manacapuru, que perdeu 18 postos, e Humaitá, que teve saldo negativo de 18 empregos.

Brasil

O saldo de empregos formais gerados em março deste ano no Brasil ficou em 13.117 vagas, segundo o Caged. O número é o resultado da diferença entre 1.767.969 contrações e 1.754.852 demissões.

"Foi o pior resultado para março desde 1999", afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias. Apesar da baixa, o ministro disse que está mantida a previsão de geração de 1,5 milhão de vagas formais até o final do ano.

Segundo os dados do Caged, o saldo entre demissões e contrações pela indústria brasileira encerrou março positivo. O resultado foi a geração formal de 5.484 mil postos de trabalho no terceiro mês deste ano. A geração de empregos também foi positiva para o setor de serviços, que terminou o mês com 37.453 vagas criadas.

Já a construção civil registrou o terceiro pior saldo entre os segmentos que mais demitiram em março. A construção demitiu 2.231 trabalhadores no mês, com base na diferença entre contratações e admissões. O setor ficou atrás apenas do comércio (saldo de 26.251 demissões) e agricultura (5.314 cortes).

Os problemas climáticos verificados em algumas regiões do País, especialmente a seca na região Sul, foram responsáveis por impactar também a geração de empregos do agronegócio brasileiro em março. Segundo dados do Caged, foram demitidos 5.314 trabalhadores do setor.


Fonte:  Rosana Villar/D24am - 22/04/2014


Comentários

 

O Mundo Sindical e os cookies: nós usamos os cookies para guardar estatísticas de visitas, melhorando sua experiência de navegação.
Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.