Notícia - Sindicato dos investigadores de ES inicia inspeção pelas delegacias do interior

O Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado (Sinpol) iniciou uma série de inspeções nas delegacias do interior do Estado para verificar as condições de trabalho e de atendimento à população nas unidades. As inspeções iniciaram pelas delegacias de Afonso Cláudio e Marechal Floriano, na região serrana. 


A situação constatada pela entidade foi de precariedade nas duas unidades. A delegacia de Afonso Cláudio, a primeira a ser visitada, responde também pelo município de Laranja da Terra, na região serrana e opera precariamente. 


Na delegacia – que atende a mais de 40 mil habitantes – há nove policiais civis, sendo seis investigadores (dois estão em licença médica), dois agentes e um escrivão. Não há delegado titular e a delegacia que responde pela unidade fica no município de Venda Nova do Imigrante (região serrana), distante aproximadamente 55 km.


O Sinpol ressalta que Afonso Cláudio e Laranja da Terra são essencialmente rurais e as vias que cortam os municípios são vicinais e de difícil circulação. 


As instalações físicas da unidade carecem de manutenção, há fios de energia elétrica expostos; fiação de comunicação e de internet igualmente expostas; rachaduras em paredes; a carceragem desativada (constituída de dois pavimentos) precisa de limpeza; e os pátios viraram depósitos de veículos apreendidos. 


Uma sala desativada serve de depósito e ao mesmo tempo de sala de reconhecimento. Nesta sala, no entanto, devido a uma diferença de luminosidade, o acusado vê a vítima ou testemunha, enquanto a vítima não consegue visualizar o acusado.


Marechal Floriano


A segunda delegacia visitada foi a de Marechal Floriano, localizada às margens da BR-262. O efetivo da delegacia é composto por quatro investigadores, um escrivão, um agente e um delegado. 


A delegacia esta localizada em um terreno irregular as margens da BR-262, abaixo do nível da estrada, o que gera o permanente risco de queda de algum veículo sobre a unidade. A delegacia já recebeu ordem de desocupação por parte do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) por ficar as margens da rodovia, em local proibido, descoberto e inseguro. Apesar de ter sido notificada em dezembro de 2012, nenhuma medida para mudar o local da delegacia foi tomada. 


Na delegacia não existe nenhuma cela, nem mesmo para presos provisórios. Os presos no município ficam algemados a uma barra de ferro em um canto da unidade, enquanto aguardam liberação ou transferência para outro local.


A sala de investigação é o corredor de circulação entre as salas da unidade, próxima ao local onde os presos ficam algemados, permitindo que os detidos ouçam o que os investigadores estão conversando, podendo atrapalhar investigações em curso.


No pátio da delegacia há diversos veículos apreendidos, alguns há anos, sem que haja cerca ou proteção à área, o que gera furtos e depredação nos veículos apreendidos. Há ainda no pátio uma viatura a espera de reparos.


Os fios da unidade também ficam expostos, colocando policiais e população em risco. A delegacia já chegou a ser invadida após o horário do expediente, mas nenhuma providência para melhorar a segurança no local foi tomada. 


Fonte:  Livia Francez/Século Diário - 15/04/2014


Comentários

 

O Mundo Sindical e os cookies: nós usamos os cookies para guardar estatísticas de visitas, melhorando sua experiência de navegação.
Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.