Os professores da rede municipal de ensino de Redenção do Gurguéia, localizada ao Sul do estado, estão há mais de três meses sem salário e ameaçam entrar em greve. A classe deliberou em assembleia nessa sexta-feira (31) que, se a situação de pendências não for resolvida, não serão iniciadas as aulas de 2014. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Redenção do Gurguéia (Sinterg), Cleris Marques, a prefeitura não pagou os meses de novembro e dezembro do ano passado e as férias.
Cleris diz que há um acordo firmado na justiça entre os trabalhadores da educação de Redenção do Gurguéia e a prefeitura no primeiro semestre de 2013 que estabelece o pagamento em 22 parcelas de outros valores atrasados do ano de 2012. “A prefeitura pagou as duas primeiras parcelas do acordo em 2013, mas com atraso. Agora não está pagando as parcelas do acordo e voltou a atrasar salários no final do ano”, denunciou Cleris. Ainda segundo o presidente do Sinterg, há na justiça uma ação civil pública para regularizar os pagamentos. “Eles deviam pagar no último dia útil de cada mês”, informou.
O presidente do sindicato afirmou que a categoria teve duas reuniões com o secretário de Educação de Redenção do Gurguéia neste ano, mas o secretário não teria apresentado solução para o problema do atraso do pagamento dos salários, nem do acordo. “Conversamos com o secretário de Educação, Antônio Carlos Dias, quarta-feira (29), mas ele não conseguiu dar garantia porque tudo é centralizado pelo prefeito. Conversamos também com o secretário de Fazenda, Aureliano Parente, mas não tivemos uma resposta”, reclama. Cleris disse que o Sinterg ainda não conseguiu resposta do prefeito Delano Parente. “Enviamos e-mail, pedimos esclarecimentos via ofício, mas ele não respondeu ainda”, lamentou.
O prefeito de Redenção do Gurguéia se defende. Segundo Parente, os atrasos de salários dos trabalhadores da educação do município se devem à má administração de gestões passadas. “Tivemos uma reunião ontem na APPM (Associação Piauiense de Municípios) pra ir ao Tribunal de Contas pra avaliar a questão dos precatórios. Há muitas contas atrasadas de gestões passadas e a justiça determina o que deve ser pago”, disse Delano.
Com relação à possibilidade de greve na educação de Redenção do Gurguéia, o prefeito acusa o sindicato de utilizar a questão politicamente. “Eles não querem acordo. Simplesmente querem que se faça a coisa de qualquer maneira. Ano passado eu concedi aumento e tentei agradá-los. Deu no que deu. No final do ano, atrasamos os salários. É tipo lençol curto: puxa pra cobrir a cabeça e descobre os pés”, afirmou.
A esperança do prefeito para solucionar a situação é a chegada de repasses federais em abril. “Queremos concluir em abril o pagamento de 2013 com complementos do governo federal, que são de cerca de R$ 107 mil. A cada 10 dias pagamos um pouco. Das 22 parcelas de 2012, já pagamos quatro”, argumentou o prefeito, que disse estar se esforçando para atualizar os pagamentos.