Notícia - Sintratel participa de debate sobre assédio moral promovido pela SRTE

O Sintratel participou do evento com a presença de Diretores e Assessores, e saúda a iniciativa da SRTE e do novo Superintendente, Luiz Antônio de Medeiros, por realizar este evento tão importante para o movimento sindical pela abrangência do tema e pela qualidade dos palestrantes e das palestras.

 
Palestrantes e palestras


O evento contou com palestras de estudiosos renomados no estudo do assédio moral nas relações de trabalho e suas consequências, bem como no diagnóstico e no combate ao problema que atinge praticamente todas as categoria, SRTE-18-7-13 -Site-2indiscriminadamente. No setor de telemarketing o problema é particularmente grave, devido à imposição de metas e descumprimento do Anexo II da NR 17 por muitas empresas, fatores que estão na base da violência e do assédio moral.


As palestras e palestrantes foram:


“Assédio moral nas relações de trabalho” – Com a Drª Margarida Barreto, Drª Profª da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, Professora e Pesquisadora da PUC/SP, renomada estudiosa do tema;


“Assédio moral no trabalho: questões organizacionais” – Com Ângelo Soares, Sociólogo do Trabalho Professor no Departamentd´ Organisation ET Ressources Humaines-Ecole dês Scienses da La Gestion-Universite Du Quebec à Montreal-UQAM-Montreal Canadá;


“Assédio Moral e atuação da fiscalização do trabalho” – Com Luciana Veloso R.P Baruki, Auditora Fiscal do Trabalho SRTE-18-7-13 -Site-4SRTE/SP, Mestre  em Direto Político e  Econômico do Trabalho;


“Assédio   Moral  e  os Atendimentos realizados 2012/SRTE/SP” – Com Jaudenir da Silva  Costa, Coordenador da Comissão de Igualdades de Oportunidades de Gênero , de Raça  e Etnia  e de Pessoas com  Deficiência  e de Combate à Discriminação-MTE/SRTE/SP.


Inferno no trabalho


O Assédio moral foi tratado pelos palestrantes como a instalação de um verdadeiro inferno na vida do trabalhador. E todos foram unânimes em se colocar contra a tendência de culpar a vítima. De afirmar que indivíduos mais sensíveis, amigáveis, avessos a conflitos podem estar mais predispostos. A causa do assédio moral tem sempre uma matriz organizacional. Ou seja, é o ambiente de trabalho e a forma como funciona que engendra o contexto encorajador e tolerante à violência.


Para Ângelo Soares, os aspectos organizacionais geradores de assédio são: a não existência de justiça organizacional; a falta de coesão do grupo; a carga de trabalho desregulada quantitativa e/ou qualitativamente; falta de coerência de valores; a falta de reconhecimento do trabalhador. Assim, mudar a organização é cortar o mal pela raiz. Fez questão de lembrar, ainda, que o assédio moral é negativo para a saúde física e mental sob diversos aspectos, e pode nutrir tendências suicidas.


A Drª Margarida Barreto enfatizou que a característica pessoal do assediador aparece em função da organização. Ou seja, a característica pode ser pessoal (sadismo, maldade, etc), mas necessita de um ambiente favorável para florescer. Por isso, mesmo quando é uma pessoa que está por trás do assédio e da agressão moral, é preciso visualizar em que instituição, em que empresa ele está inserido. É preciso compreender a organização do trabalho, que no capitalismo é, por definição, injusta e culturalmente aberta à presença do assédio moral.


Ela fez ainda uma abordagem esclarecedora sobre o uso do termo “colaborador” pelas empresas. Para ela, trata-se de um discurso ideológico. O que a empresa busca é que os trabalhadores assumam seu discurso e a sua missão como se fosse deles, aceitem as exigências impostas e com isso aumentem a produtividade até o ponto de cumprir metas absurdas, que mudam com frequência.


A Auditora do Trabalho Luciana Baruki afirmou que as empresas são extremamente criativas quando se trata de inventar formas de assédio. Apontou a prática de colocar o trabalhador na “geladeira” como uma das piores formas de violência moral. Esta prática desestrutura a pessoa, a humilha e enfraquece, e por isso é uma das mais usadas pelas empresas. Formas de sair dela são: recorrer ao Sindicato e aos colegas, buscar ajuda de psicoterapia e recorrer à justiça do trabalho.


Fonte:  Sintratel - 19/07/2013


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