Quando Jair Bolsonaro venceu as eleições, em 2018, nós, da USTL – União Sindical dos Trabalhadores de Limeira, emitimos uma nota de apoio e parabenizando a vitória do novo presidente e desejando que ele fizesse um governo limpo, transparente e socialmente responsável. Acompanhamos de perto o referido governo e fizemos as críticas sempre que achamos pertinentes. E assim será com o governo recém-eleito: um candidato escolhido pela maioria democrática não pode e não deve nunca estar acima das críticas. Então: parabéns Luis Inácio Lula da Silva pela expressiva votação e merecida vitória no último domingo. Que a transição seja tranquila e sem entreveros, com cooperação mútua. E que a posse em janeiro seja de festa e alegria verdadeiras, como manda o espírito democrático que prega a saudável alteridade de mandatários do executivo.
Lula assume com uma frente ampla que se diz democrática e seu Plano de Governo cita, basicamente, a ampliação dos programas sociais que foram implementados em outros governos do PT – além da criação de outros. Esperamos que o novo governo retome o diálogo com a sociedade, âmbito prejudicado pelo governo que agora termina. O governo Bolsonaro, infelizmente, sai de cena com estranhos sigilos decretados, um orçamento secreto que retirou verbas importantes de vários programas sociais, assistenciais e de saúde, a completa falta de transparência e uma agressiva falta de respeito com a imprensa. Esperamos pelo contrário disso – e vamos cobrar Lula.
Os atos antidemocráticos e até ilegais que estamos acompanhando, com bloqueios de rodovias, manifestantes pedindo intervenção militar, desacreditando o resultado das urnas, impedindo o direito de ir e vir dos cidadãos, é reflexo de um discurso de suspeição e inconformismo pelo aumento constante da rejeição de Jair Bolsonaro. Um descalabro. Decretos e ordens foram emitidos em diversos âmbitos para que as estradas sejam liberadas pelas polícias, mas detectamos uma certa complacência dos policiais, em especial da PRF. Uma ampla investigação na PRF também deveria estar nos planos de Lula, pois a instituição, que sempre gozou de respeitabilidade diante da sociedade mostrou-se tendenciosa em alguns momentos, durante o locaute patronal pós-eleição.
É momento de calma e serenidade. E de reverter o que talvez não agrade a alguns nas próximas eleições.
É isso ou não é democracia.