Notícia - Servidores da saúde de Minas Gerais mantêm greve por tempo indeterminado

Os servidores e servidoras da saúde de Minas Gerais aprovaram a continuidade da greve por tempo indeterminado em assembleia geral estadual realizada nesta quarta-feira (20) no pátio da Assembleia Legislativa (ALMG). Os trabalhadores e trabalhadoras exigem reajuste de 65%, o mesmo índice concedido aos médicos,  para todos, revisão do plano de carreira, pagamento de direitos trabalhistas a quem tem direito, melhores condições de trabalho, investimento na saúde de 12% do orçamento conforme determina a Constituição e redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais para todos sem redução de salário.
 
 
 
Participaram da assembleia a presidenta da CUT-MG, Beatriz Cerqueira; do secretário-geral Jairo Nogueira; e o secretário de Comunicação da Central no Estado, Neemias Rodrigues. Os trabalhadores e trabalhadoras da saúde também contam com a solidariedade dos sindicatos da base CUTista, dos movimentos sociais e dos deputados da bancada de oposição ao governo do Estado.
 
 
 
A categoria também aprovou uma vigília até as 17h desta quarta-feira na Assembleia Legislativa, pois havia a possibilidade de uma reunião com a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena. O encontro estava sendo intermediado pelo líder do governo na Assembleia, Bonifácio Mourão, a pedido de uma comissão composta pelo comando de greve do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG), dirigentes da CUT-MG e deputados do bloco de oposição. Os servidores e servidoras também aprovaram manifestação em frente ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, nesta quinta-feira (21), e nova assembleia estadual às 10h desta sexta-feira (22) no pátio da ALMG.
 
 
 
Segundo Renato Barros, diretor do Sind-Saúde/MG, na reunião realizada na terça-feira (19), na Cidade Administrativa, o governo do Estado não apresentou proposta concreta. “O governo nos mostrou uma nota em que acenava com alguns benefícios, uma proposta muito tímida, desde que a categoria suspendesse a greve. Não é uma proposta e sim uma imposição do governo”, disse Renato Barros.
 
 
 
O governo do Estado admitia, no texto, aumento da gratificação complementar (GC) concedida a auxiliares de apoio, técnico operacional, enfermeiros e analistas de gestão e assistência à saúde da Fhemig de 20,7% para 30% a partir de agosto deste ano; para 40% em 2013 e 50%, em 2014. O documento também acena com pagamento dos dias parados, aumento em 330% a base de cálculo da insalubridade, ou seja, a base de cálculo passará de R$ 200,00 para R$ 660,00. Além disso, adicional noturno de 20% sobre o valor da hora noturna para todos os servidores do Sistema de Saúde que fazem jus a esses direitos. Outro benefício é o aumento em 50% do valor do adicional de emergência. Durante a assembleia, os servidores e servidoras decidiram não abriram mão da pauta de reivindicações e votaram pela manutenção da paralisação.
 
 
 
Para a presidenta da CUT-MG, Beatriz Cerqueira, os servidores e servidoras da saúde precisam não apenas continuar em greve mais ampliar no movimento. “Vocês não fizeram greve para discutir corte de ponto. Fizeram greve não apenas por salário, mas por melhores condições de trabalho. Vocês precisam ampliar o movimento, senão não vai haver negociação. O documento que o governo apresentou tem muito mais marketing do que propostas concretas. O governo tentou mostrar que é bonzinho e que quer negociar. Tenta mostrar para a sociedade que os trabalhadores é que são intransigentes. O governo mente, não houve negociação até agora. O momento é de ampliar e fortalecer a greve desde o início, e aproveitar que a paralisação tem sido pautada pela mídia. O governo vai tentar desgastar o movimento e por isso ele tem que ser forte desde o início. Vocês que estão nesta assembleia precisam convencer seus companheiros que ainda estão trabalhando a aderir e fortalecer a greve”, afirmou Beatriz Cerqueira.
 
 
 
A presidenta da CUT-MG cobrou novamente uma atitude dos deputados estaduais sobre os movimentos da classe trabalhadora em Minas Gerais. “Os deputados precisam dizer com quem estão comprometidos. Não podem se omitir diante dos desmandos do governo do Estado. A CUT vai denunciar à OIT as práticas antissindicais do governo do Estado, que trata os trabalhadores da Cemig com demissões e educadores com processos administrativos. Os trabalhadores e trabalhadoras da saúde devem ficar firmes. Acompanho a saúde por afinidade de militância e nunca vi uma greve tão organizada e tão bem coordenada. Não desistam, não pereçam, não transijam. A CUT estará junto com vocês em todos os processos e em todos os momentos.”
 
 
 
A paralisação, que começou na última quinta-feira (14) cresceu na última semana, com a adesão de servidores e servidoras de cidades como Barbacena, Juiz de Fora e Patos de Minas. Com a paralisação das atividades, todas as 22 unidades da Fhemig estão operando em escala mínima. Trabalhadores e trabalhadoras da Funed, Hemominas, Secretaria de Saúde, Escola de Saúde Pública e Unimontes realizarão assembleias ainda essa semana e devem aderir à greve.
 
 
 
Pauta trancada
 
O deputado estadual Rogério Correia (PT) anunciou, durante a assembleia dos servidores e servidoras da saúde, que a bancada de oposição iniciaria na tarde desta quarta-feira (14) um processo de obstrução dos trabalhos da Assembleia Legislativa para pressionar o governo do Estado a negociar com a categoria e a rever as demissões na Cemig.


Fonte:  CUT-MG - 21/06/2012


Comentários

 

O Mundo Sindical e os cookies: nós usamos os cookies para guardar estatísticas de visitas, melhorando sua experiência de navegação.
Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.