Notícia - Sindicato dos Metalúrgicos do ABC participa de debate sobre ações de combate à fome

O secretário-geral do Sindicato, Moisés Selerges, e o diretor executivo, Carlos Caramelo, participam na manhã da última sexta-feira, 15, em São Paulo, véspera do Dia Mundial da Alimentação, do Encontro dos Movimentos do campo, das florestas e das águas. O evento reuniu representantes de movimentos sociais e parlamentares para debater ações de combate à fome.

Moisés Selerges lembrou que os companheiros e companheiras do campo, das florestas e das águas são responsáveis pela produção da comida de verdade que chega às casas dos brasileiros. “O agronegócio não produz o alimento que chega aos pratos dos trabalhadores. Quem produz é a agricultura familiar. Precisamos debater ações conjuntas com os movimentos ligados à produção de alimentos, à natureza e que respeitam a terra”.

O encontro contou com a participação do ex-presidente Lula, que afirmou que a volta da fome ao país “é resultado da mentalidade escravista” das elites brasileiras, combinada com as reformas neoliberais aplicadas desde o governo golpista de Michel Temer, agora aprofundadas com Bolsonaro. “A gente pode produzir o que quiser, mas se o povo não tiver dinheiro, não come”, afirmou.

Indígenas e quilombolas ressaltaram que são as terras por eles ocupadas que servem de “proteção” ao avanço do agronegócio, resguardando a biodiversidade dessas regiões. Eles também denunciaram a paralisação nos processos de demarcação. Os pescadores e extrativistas afirmaram que estão sendo atacados, com suas terras ameaçadas por grandes grupos econômicos.

Dia Internacional de Luta pela Soberania Alimentar

No sábado, 16, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) participou da Conferência contra a Fome, organizada pela Mídia Ninja e o 342 Artes, como parte da programação do Dia Internacional de Luta pela Soberania Alimentar.

“Temos um problema gravíssimo da fome no Brasil afetado pela concentração da riqueza, pelo desemprego e pela alta dos alimentos provocada por problemas ambientais, por poucas áreas plantadas e pelo agronegócio. Diante desse fato, cabe a nós fazer um grande debate com a sociedade sobre a importância de o Estado brasileiro não permitir que voltemos a ter flagelados, ter fome, ter miséria”, destacou João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST.

“Esse dia 16 foi um momento para chamar a atenção, um dia internacional em defesa dos alimentos, mas também colocamos o tema da fome no centro da pauta. Discutir alimentos é discutir meio ambiente, agroecologia, reforma agrária, é discutir um novo modelo agrícola para o país. Quero reafirmar a luta dos movimentos pelo “Fora, Bolsonaro”, mas agora, mais do que tudo, é hora de lutar para termos um Natal sem fome, não podemos permitir essas imagens pelo Brasil afora de gente catando resto de carne para de alimentar”, reforçou. 

Em seu compromisso de combate à crise humanitária no Brasil sob o governo Bolsonaro, o MST já doou, desde o início da pandemia, mais de 1 milhão de marmitas e 5 mil toneladas de alimentos em diversos estados.

A fome como projeto político

Segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, conduzido pela Rede PenSSAN, no final de 2020, mais de 19 milhões de brasileiros passavam fome. Outro levantamento, feito por um grupo de pesquisadores da Universidade de Berlim, aponta que 59,3% dos brasileiros – 125,6 milhões – não comeram em qualidade e quantidade ideais desde o início da pandemia.


Fonte:  Sindicato dos Metalúrgicos do ABC com informações do MST e da Rede Brasil Atual - 19/10/2021


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