Notícia - Com queda na popularidade e visando eleição, Bolsonaro quer dar reajuste a servidor

Depois de quase cinco anos de ataques ao funcionalismo público do país, que está sem um mísero centavo a mais no contracheque e com salários congelados até dezembro deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) acena com uma migalha de 5% de reajuste, mais de olho nas eleições presidenciais de 2022 do que na situação dos trabalhadores e trabalhadoras.

Com queda em sua popularidade, com todas as pesquisas eleitorais mostrando que ele vai perder nas urnas para o ex-presidente Lula, o atual ocupante da cadeira de presidente da República quer que o funcionalismo público aceite um percentual muito abaixo das perdas de mais de 30% que a categoria acumulou desde 2017 e em troca vote nele.

Os servidores estão com os salários congelados até o final deste ano, depois que o Congresso Nacional aprovou uma lei enviada pelo governo federal. Para 2022, o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias autoriza o reajuste, mas a proposta de 5%,  além de indecorosa é totalmente oportunista e não resolve a situação dos servidores, critica o secretário-Geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público (Condsef), Sérgio Ronaldo.

A Condsef repudia a forma como esse governo está enganado a população para dizer que está dando reajuste aos servidores. É uma atitude esdrúxula e oportunista, em ano pré-eleitoral- Sérgio Ronaldo

Segundo o dirigente, 90% dos mais de 1,2 milhão de servidores do país estão com salários congelados. É zero por cento de reajuste, zero benefício, zero no reajuste do vale alimentação, enquanto a inflação anda a galope, diz o secretário-Geral da Condsef.

Em março deste ano, o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais, do qual a CUT faz parte, enviou ao Ministério da Economia um ofício com as reivindicações da categoria, mas que até agora não obteve nenhuma resposta, diz Sérgio Ronaldo. Clique aqui para ler o ofício.

O o secretário-Geral da Condsef é categórico ao afirmar que, além da reposição salarial, a categoria reivindica que o governo federal trate políticas públicas e os servidores com a seriedade que merecem.

“O governo não abre concursos públicos para as áreas sociais, não recompõe o plano de saúde e a gente ainda fica sabendo sobre as propostas do governo para o funcionalismo pela imprensa. Queremos que o Ministério da Economia nos responda oficialmente”, diz o dirigente, se referindo ao fato que a informação sobre o reajuste de 5% foi dada com exclusividade pela colunista Adriana Fernandes, do jornal O Estado de São Paulo.

Os ataques de Bolsonaro aos servidores públicos

Os ataques do governo Bolsoanro ao funcionalismo público  são diversos. Além de não dar reajustes salariais, em 2019, durante a reforma da Previdência, mentiu ao Congresso Nacional ao inflar em R$ 46,9 bilhões a despesa com aposentadoria dos servidores civis e baixou artificialmente em R$ 45,47 bilhões o rombo com a aposentadoria e benefícios dos militares das Forças Armadas. O valor corresponde a 11% do saldo do passivo que consta de fato nas planilhas.

A descoberta foi feita pelos técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo eles, o governo federal incluiu no cálculo despesas que não deveriam estar na conta como gratificação por cargo em comissão, adicional de insalubridade e férias, por exemplo, dos servidores civis.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32, da reforma Administrativa  é outro ataque que retira a estabilidade do servidor, faz ameaças à carreira e ainda prejudica a população desmontando um serviço público de qualidade.

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“ Bolsonaro morde e agora quer passar remédio na ferida, é um sujeito oportunista”, diz o secretário-Geral da Condsef, Sérgio Ronaldo.

 


Fonte:  Rosely Rocha - CUT - 18/06/2021


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