Notícia - Seminário em São Paulo vai debater autoritarismo, ditadura e desgoverno no Brasil

Com a escalada do autoritarismo no país, o seminário ‘Terrorismo de Estado: da ditadura ao desgoverno de Jair Bolsonaro’ vai lembrar os cinco anos da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”, nesta sexta-feira (13), em São Paulo, no Centro Universitário Maria Antonia, das 9h às 21h.

Ativista em direitos humanos, intelectuais e membros das Comissões da Verdade irão se debruçar sobre os relatórios e analisar o que foi cumprido até agora. Um dos principais objetivos do seminário é avaliar o que aconteceu na pasta de Direitos Humanos no governo Bolsonaro, uma das áreas que mais sofreu desmonte neste primeiro ano de mandato.

“Foi uma das áreas mais atingidas pelo regime militar, principalmente com a questão dos atestados de óbitos das pessoas que foram assassinadas desaparecidas pelo regime militar”, lembra Adriano Diogo, que foi membro da Comissão da Memória e Verdade do Estado de São Paulo (CMV-SP).

“Passados cinco anos da comissão [do relatório da comissão ocorreu em 2015], deu no que deu, temos um novo governo militar, nova barbárie que está acontecendo no Brasil hoje. Toda essa aérea (direitos humanos) foi muito atingida, além de tudo isso, esse seminário tem um objetivo que é político”.

Adriano Diogo, que também é geólogo sanitarista graduado pela USP, conta que uma das coisas que mais avançou na Comissão da Verdade de São Paulo Rubens Paiva, foi o reconhecimento da repressão aos trabalhadores da Volkswagen durante os anos de chumbo.

Comissão da Verdade

A Comissão da Verdade Rubens Paiva foi a primeira a ser instalada no Brasil, em 2012, e já conta com três livros publicados e 157 audiências públicas. As revelações sobre o caso Rubens Paiva foram resultado das ações da Comissão Nacional da Verdade e dos esforços do governo da presidenta Dilma Rousseff (PT) em enfrentar as violações de direitos humanos ocorridas no período autoritário.

Paiva foi torturado e assassinado durante a ditadura militar nas dependências de um quartel militar entre 20 e 22 de janeiro de 1971, seu corpo foi enterrado e desenterrado diversas vezes por agentes da repressão, até ter seus restos jogados ao mar, na costa da cidade do Rio de Janeiro, em 1973, dois anos após sua morte.

Sobre o seminário

Diante de ares sombrios no país, com um presidente que faz apologia à ditadura, o seminário assume um papel central contra o autoritarismo e retrocesso que atingem direitos conquistados.

O debate terá representantes da sociedade civil, da Comissão da Verdade, da Comissão de Familiares de Mortos e desaparecidos, Eduardo Valério, do Promotor de Direitos Humanos do Ministério Público de São Paulo e da Defensoria Pública do Estado de São Paulo.

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Confira a programação do seminário:

9h – 9h30: Abertura Performance a partir do caso de Ana Rosa Kucinski. Fernanda Azevedo (Cia Kiwi de Teatro)

9h30 – 10h50: Apresentação do trabalho da Comissão e de seu relatório Adriano Diogo, Amelinha Teles, Pádua Fernandes, Renan Quinalha e Vivian Mendes

11h – 12h20: Mesa 1 - Mortos de Desaparecidos: A luta hoje por Memória, Verdade e Justiça

12h30 – 14h: Almoço O concerto do Octeto da Osusp

14h- 15h30: Mesa 2 - Graves violações de Direitos Humanos

15h30 -18h: Mesa 3 - Genocídio e tortura ontem e hoje

18h – 18h45 - Lanche

18h50 - Apresentação de trecho da peça

19h – 21h: Ato final - Manifesto Terrorismo de Estado: Da Ditadura ao Desgoverno Atual

Homenagem a Rafael Martinelli e Ieda Akselrud de Seixas

Leitura do Manifesto

Debate sobre o desgoverno com: Adriano Diogo, Amelinha Teles, Eleonora Menicucci, Eliana Vendramini, Luiza Erundina, Maria Auxiliadora Arantes (Dodora) e Rosa Cardoso

 


Fonte:   Walber Pinto - 11/03/2020


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