Notícia - Greve dos servidores cresce e sindicato repudia proposta do governo no Paraná

A decisão do governador Ratinho Junior (PSD) de não receber os servidores e de descumprir a promessa que fez de pagar os direitos funcionalismo está ampliando o movimento grevista iniciado no último dia 25. Nesta terça-feira (2), docentes e funcionários da Universidade Estadual de Londrina (UEL) aprovaram em assembleia adesão à greve, por tempo indeterminado.

Segundo levantamento da APP-Sindicato, cerca de 90% das escolas participam do movimento parcial ou totalmente e em torno de 55% dos professores e funcionários das escolas da rede pública estadual cruzaram os braços. Além da educação, funcionários de outras categorias como saúde, meio ambiente também estão parados.

“Mais trabalhadores estão entrando na greve ao perceberem a gravidade da situação. Além de negar o pagamento da data-base, o governo nos ameaça com projetos de acabar com direitos dos servidores”, comenta o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão.

Reivindicação

O funcionalismo reivindica o pagamento de 4,94%, referente a inflação dos últimos 12 meses, mais negociação dos atrasados. Sem reposição desde 2016, as perdas acumuladas passam de 17%. De acordo com o economista do FES, o prejuízo é equivalente a deixar de receber mais de dois salários por ano.

Ratinho Junior prometeu durante a campanha eleitoral receber os(as) representantes dos sindicatos e pagar a data-base em um dos primeiros atos do seu governo. Não cumpriu. O governador tem se limitado a falar sobre o tema em entrevistas à imprensa.

De acordo com estudos orçamentários do FES, a reivindicação pode ser atendida e não oferece riscos às contas públicas. Com base em dados da Secretaria da Fazenda, a despesa com pessoal é a menor dos últimos 10 anos. Em março, a imprensa oficial divulgou que o Paraná lidera o ranking nacional de saúde financeira.

Nota da APP-Sindicato em repudia proposta do governo

O governador Ratinho Junior convocou a imprensa para apresentar uma proposta para os servidores. A prática já se configura como um desrespeito as mais de 280 mil famílias de servidores públicos paranaenses, da ativa e aposentados, que estão há 42 meses com seus salários congelados e em greve pela falta de diálogo do executivo.

Não bastasse isso, o governador apresentou, a portas fechadas, uma proposta indecente de reajuste para as categorias.

Em debate desde março deste ano, o Fórum dos Servidores vem apresentando estudos e finalizou junho com uma proposta ao governo que é possível de ser paga: a implantação da inflação dos últimos 12 meses e negociação dos outros cerca de 13% referentes a anos anteriores.

Infelizmente, o governo do Paraná não respondeu a proposta e os servidores decidiram entrar em greve por tempo indeterminado.

A proposta apresentada hoje é uma afronta as categorias. Como dizer a uma merendeira de escola, cujo salário é de pouco mais de mil reais, que seu salário será reajustado em cinco reais a partir de outubro? É uma vergonha para um governo que isenta em R$ 10,5 bilhões por ano, empresários e ruralistas.

Mais grave é tentar chantagear as categorias de servidores e condicionar a efetivação dessa proposta a retirada de direitos dos servidores.

Queremos que o governador cumpra a promessa de campanha, de manter as portas do palácio abertas para negociar e pagar o que deve aos servidores.
A Greve continua porque é legítima e tem uma pauta de garantia de direitos a quem atende a população que mais necessita do Estado. É grave, é greve!


Fonte:  cut - 03/07/2019


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