Notícia - Encontros discutem precarização do trabalho no mundo e cenário antidemocrático no Brasil

Dois importantes encontros sindicais internacionais realizados este mês discutiram os desafios dos sindicatos frente à desindustrialização, a precarização do trabalho e os impactos das novas tecnologias. Em ambos, os representantes sindicais se mostraram atentos e preocupados com a condução do governo brasileiro.

No Encontro Mundial da rede de trabalhadores na ArcelorMittal, líder na produção de aço, realizado no Rio de Janeiro entre os dias 8 e 9, os participantes vindos de todos os continentes prestaram solidariedade à resistência da classe trabalhadora no Brasil.

Segundo o secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, Maicon Michel Vasconcelos da Silva, que participou de ambos eventos, a falta de democracia efetiva, de diálogo social e de disposição do empresariado nacional em discutir a pauta dos trabalhadores esteve no centro das discussões.

“Tivemos um embate intenso sobre a questão da indústria 4.0. Recentemente, o governo Bolsonaro fez um grupo para discutir o assunto com o empresariado e não chamou os trabalhadores. Nesse encontro mundial, pautamos a necessidade de os trabalhadores estarem envolvidos na discussão sobre novas tecnologias, da mesma forma que é garantida a participação em outros países do mundo, onde o grupo atua”, destacou.

Nos dias 10 e 11, em São Paulo, na Reunião Latino Americana e Caribenha do Macrosetor de Manufatura, promovida pela IndustriALL Global Union, um dos focos do debate foi o processo de desindustrialização dos países do sul.

“O que temos observado é que desde o início da indústria 4.0 os grupos empresariais estão se dividindo em estruturas de negócio diversificadas o que pode promover um acirramento grande entre trabalhadores e empresários. A estratégia é dificultar e até mesmo criminalizar as ações dos sindicatos para promover uma exploração do trabalho nunca antes vista, tendo como parâmetro as reformas trabalhistas dos governos de direita no hemisfério Sul do mundo, entre eles o Brasil. Precisamos ampliar nossa atuação para dar conta de discutir a indústria como um todo”, pontou.

Ainda sobre o Brasil, o dirigente reforçou: “Não é possível discutir o desenvolvimento da indústria sem democracia, só no espaço democrático a classe trabalhadora consegue propor e negociar em pé de igualdade”.


Fonte:  sindicato dos metalúrgicos - 18/04/2019


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