Notícia - Representante da OIT visita NCST e debate, junto a dirigentes da entidade, temas relacionados ao mundo do trabalho

A Organização Internacional do Trabalho - OIT, cumprindo agenda de aproximação junto às maiores entidades sindicais do país, visitou, nesta quinta-feira (21/02), a sede social da Nova Central Sindical de Trabalhadores - NCST. Na oportunidade, a especialista em atividades com trabalhadores da OIT, Maribel Batista, compartilhou informações relacionadas ao futuro do trabalho, à preservação de preceitos democráticos e à dignidade nas atividades laborais.

Maribel relatou preocupação da OIT em relação aos resultados da chamada “reforma” trabalhista, a extinção e fatiamento do Ministério do Trabalho, aumento da informalidade no mercado de trabalho brasileiro, bem como o atual modelo de capitalização para a Previdência, com impacto social desastroso experimentado no Chile.

“São muitas as normas da OIT relacionadas à Previdência Social. Buscamos conhecer o panorama brasileiro para ver em quais caminhos podemos colaborar para evitar consequências indesejáveis à classe trabalhadora”, destacou Maribel.

Na oportunidade os dirigentes sindicais relataram recentes catástrofes resultantes do descaso sobre saúde e segurança da classe trabalhadora, com afastamento precoce do mercado formal por problemas de saúde acumulados durante a execução de suas atribuições profissionais. Vítimas de Mariana e Brumadinho foram citadas como exemplos que serão diretamente afetadas com a nova “reforma” da Previdência, por meio da ampliação do período de contribuição e redução de benefícios.

Foi encaminhada, na ocasião do encontro, parceria entre a NCST e a OIT para acompanhamento e análise da agenda anti-social implementada pelo governo, além da avaliação de pressões pelo rompimento de preceitos democráticos que estão deixando o movimento sindical afastado de temas relacionados ao mundo do trabalho junto às esferas de poder.

Os líderes sindicais relataram, junto à representante da OIT, a preocupação com a contabilidade previdenciária em um ambiente econômico em que, simultaneamente ao aumento da informalidade e da “pejotização”, reduz-se exponencialmente, em consequência disso, o número de contribuintes da Previdência Social brasileira.

Outro tema abordado foi o não cumprimento das convenções internacionais ratificadas pelo país, em destaque, a Convenção 151, que trata da organização sindical, negociação coletiva e direito de greve dos trabalhadores do setor público. Maribel apresentou orientações para o atendimento das demandas relacionadas junto à OIT.

Preocupações relacionadas ao futuro do trabalho, sobretudo os empregos perdidos em consequência dos avanços tecnológicos, seguiu no centro das conversas junto à representante da OIT. A eliminação de vagas nos segmentos profissionais mais sensíveis à essa competição, vêm se provando, pelas experiências em curso, irreversível. Os sindicalistas avaliam como indispensáveis discussões proativas junto aos organismos internacionais para mitigar os efeitos negativos dessa tendência mundial.

Os dirigentes da NCST relataram ofensivas do governo contra a Justiça do Trabalho, contra a organização sindical da classe trabalhadora, bem como de todo o arcabouço de leis de proteção social e laboral. Os sindicalistas denunciaram, também, a desconstrução do mínimo alçado pela Constituição de 1988 em direção ao estado de bem-estar social.

Maribel Batista tomou nota da análise de conjuntura do país apresentada pelos sindicalistas comprometendo-se a levar as discussões junto à OIT.


Fonte:  NCST - 25/02/2019


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