Enquanto o presidente Jair Bolsonaro entregava na Câmara o texto da reforma da Previdência, nesta quarta-feira (20), cerca de 10 mil trabalhadores protestavam na Praça da Sé, em São Paulo, em defesa do direito de aposentadoria.
A Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora foi organizada por diversas centrais sindicais, como a CSP-Conlutas, CUT e Força Sindical. O Vale do Paraíba contou com uma representação de 250 pessoas, entre metalúrgicos, condutores, trabalhadores dos Correios, químicos, aposentados e integrantes do movimento sem-terra.
O protesto deu um recado ao governo: “se colocar para votar, o Brasil vai parar”, este foi o grito repetido pelos trabalhadores durante a assembleia. A partir de agora, as centrais sindicais, sindicatos e movimentos sociais estarão unidos na construção de plenárias estaduais que vão organizar a resistência em defesa dos direitos.
"Com unidade entre as centrais na construção de uma Greve Geral é possível derrotar a reforma que será votada pelos corruptos do Congresso", afirmou o representante da CSP-Condutas, Atnágoras Lopes.
Em suas falas, os sindicalistas presentes também reafirmaram a luta contra a proposta da carteira de trabalho verde e amarela, que não garante os direitos da CLT, e contra a privatização de empresas estatais como a Petrobras e Eletrobras.
"Como já fizemos durante o governo de Michel Temer, nosso Sindicato será vanguarda na luta em defesa da aposentadoria. Não importa em quem cada metalúrgico votou, é hora de nos unirmos contra a retirada de direitos proposta por Bolsonaro", afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Weller Gonçalves.
A reforma, chamada pelo governo de Nova Previdência, estabelece idades mínimas de aposentadoria de 65 anos para homens e 62 para mulheres e fixa um mínimo de 20 anos de contribuição. O texto também propõe o polêmico modelo de capitalização, que visa acabar com a Previdência pública, e duras regras de transição.
Ao contrário do que o presidente Bolsonaro havia prometido, o texto não inclui os militares. A expectativa do governo é que a proposta seja votada na Câmara em maio.
Fonte: cut
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21/02/2019
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