Em luta permanente para barrar os retrocessos trabalhistas e sociais do governo Temer, as centrais sindicais (CTB, CGTB, CSB, CSP-Conlutas, CUT, Força Sindical, Intersindical, Nova Central e UGT) aprovaram, nesta sexta-feira (23), um novo calendário de lutas unitárias. Com o lema “Vamos parar o Brasil contra a Reforma Trabalhista, em Defesa dos Direitos e da Aposentadoria”, o movimento sindical reafirmou a mobilização de 30 de junho como a batalha central desta nova etapa.
Em reunião na sede do Diesse, com a presença de lideranças dos movimentos sociais, dirigentes das centrais reforçaram a importância de uma ação conjunta e articulada das entidades. O objetivo prioritário é derrotar o Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº 38/2017 – uma manobra do governo golpista de Temer para destruir a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
“Estamos numa grande e longa jornada de lutas para assegurar nossos direitos. Não podemos nem vamos recuar”, afirmou, na reunião, Nivaldo Santana, vice-presidente nacional da CTB. Como a votação da reforma trabalhista na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado está prevista para quarta-feira (28), os sindicalistas vão intensificar as manifestações junto aos senadores.
Nesse sentido, de acordo com Nivaldo, é fundamental “ampliarmos nossas mobilizações, inclusive em Brasília na próxima semana, rumo ao dia 30 de junho”. Na terça-feira (27), os presidentes das centrais vão participar de duas audiências públicas na CCJ. Adilson Araújo, presidente da CTB, falará aos senadores na segunda audiência.
De 27 a 29 de junho, as centrais se concentrarão nos aeroportos e no Senado, a fim de encontrarem os senadores e pressioná-los a votarem contra a reforma trabalhista. As ações vão culminar na greve de 30 de junho.
A FITMETAL (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil) foi representada na reunião por seu secretário-geral, Wallace Paz. “Vamos manter a categoria metalúrgica mobilizada, com unidade dos trabalhos, rumo ao dia 30 de junho. Desde o golpe de Estado, o governo ilegítimo só tomou medidas que penalizam ainda mais os trabalhadores – e nossa categoria é uma das que mais tiveram perdas e retrocessos”, analisa Wallace.
De acordo com o dirigente da FITMETAL, “é preciso não apenas barrar as reformas trabalhista e previdenciária. Em vez de retirar direitos e privilegiar o capital especulativo, o governo tem de investir na produção e estimular o fortalecimento da indústria nacional”.
Confira abaixo a nota aprovada pelas centrais
Vamos parar o Brasil contra a Reforma Trabalhista, em Defesa dos Direitos e da Aposentadoria
As Centrais Sindicais têm acompanhado cotidianamente os desdobramentos da crise econômica, política e social, bem como a mais ampla e profunda tentativa de retirada dos direitos dos trabalhadores, através da tramitação das Reformas Trabalhista e da Previdência no Congresso Nacional.
A ação unitária das Centrais Sindicais tem resultado em uma grande mobilização em todos os cantos do país, como vimos nos dias 08 de março, 15 de março, na Greve Geral de 28 de abril e no Ocupa Brasília em 24 de maio. Como resultado do amplo debate com a sociedade e das mobilizações, conseguimos frear a tramitação da Reforma da Previdência e tivemos uma primeira vitória na Reforma trabalhista, com a reprovação na CAS (Comissão de Assuntos Sociais do Senado).
Mas ainda não enterramos essas duas reformas, e por esse motivo, continuamos em luta. Nesse contexto, as Centrais Sindicais reunidas no dia de hoje conclamam todas as entidades de trabalhadores a construir o dia 30 de junho de 2017 e o seguinte calendário de luta:
• 27 de junho: audiência dos Presidentes das Centrais Sindicais no Senado;
• 27 a 29 de junho: atividades nos aeroportos, nas bases dos senadores e no senado federal;
• 30 de junho: Vamos parar o Brasil contra a reforma trabalhista, em defesa dos direitos e da aposentadoria.
• No dia da Votação da Reforma Trabalhista no Senado: mobilização em Brasília.
Estamos certos de que a unidade de ação é crucial na luta sindical sobretudo em momentos conturbados como o que atravessamos.
CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros
CSP Conlutas – Central Sindical e Popular
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
CUT – Central Única dos Trabalhares
Força Sindical
Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores
UGT – União Geral dos Trabalhadores