Notícia - Centrais sindicais se mobilizam pelo fim de toda as formas de violência contra as mulheres

Dezenas de feministas ligadas ao Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais (FNMT) estiveram presentes nesta terça-feira (1º) na praça Ramos de Azevedo, em frente ao Teatro Municipal da capital paulista, em ato dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher.

Em conjunto com a Secretaria de Políticas para as Mulheres do município, as sindicalistas arregaçaram as mangas e distribuíram panfletos da FNMT denunciando os assédios moral e sexual dos quais as mulheres são vítimas no país. O ato teve o brilho da voz da cantora Letícia Lener, que apresentou um repertório afinado para o momento.

“É inconcebível que nós não possamos andar tranquilamente nas ruas sem sermos importunadas com grosserias”, reclama Gicélia Bitencourt, secretária da Mulher da CTB-SP, que no ato representou a secretária nacional da Mulher Trabalhadora, Ivânia Pereira.

Já Denise Motta Dau, secretária de Políticas para as Mulheres da cidade de São Paulo, garantiu que a partir da sexta-feira (11), as “empresas de transporte municipal terão obrigação de manter a cota mínima de 30% de mulheres em seus quadros”.

Denise conta também que está para acontecer o lançamento da pedra fundamental da Casa da Mulher Brasileira em São Paulo, o que “facilitará muito o trabalho de atendimento às vítimas de violações de seus direitos, assim como a prevenção dos delitos”.

O ato também teve campanha de conscientização dos perigos de contaminação pelo vírus HIV. Foram oferecidos testes gratuitos. Porque ontem (1 de dezembro) foi o Dia Internacional de Combate à Aids.

Enquanto Sônia Zerino, da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), destaca a questão dos assédios moral e sexual no ambiente de trabalho. “Os sindicatos devem encaminhar cláusulas em suas negociações com os patrões que garantam punição a essas atitudes”, defende.

Gicélia reafirma a necessidade de mais políticas públicas para as mulheres e a necessidade de que “as delegacias da mulher funcionem 24 horas e atendam também nos finais de semana”. Ela reforça ainda a importância de “combatermos a violência todos os dias do ano”.

A secretária municipal Denise afirma que “devemos ter com prioridade a educação de homens e mulheres para coibir essas violações. É necessário levar mais informação para as mulheres sobre seus direitos e para os homens da necessidade de respeitarem as mulheres”.

A representante da União Geral dos Trabalhadores (UGT) reforça a bandeira das trabalhadoras na luta por salários iguais em funções iguais. “É importante combatermos a discriminação que sofremos no mercado de trabalho”, diz.

Denise conta também que será iniciada uma campanha educativa através do Jornal do ônibus, fixado em todos a frota das linhas municipais divulgando as maneiras de se combater o assédio no transporte público.

Também participaram do ato dezenas de travestis e transgêneros, representados por Aline Rocha, que falou sobre a importância de levar à população mais informação sobre a incidência de Aids, que vem crescendo entre os jovens e "atinge em cheio mulheres, travestis e transgêneros", afirma. Para Aline, é importantye também que se eduque as pessoas para o respeito à dignidade humana. "Somos todas e todos seres humanos e queremos viver em paz e em segurança".

Junéia Batista, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirma que “os 16 dias de ativismo devem suplantar as fronteiras do movimento feminista e todos os dias levar para as ruas a defesa da igualdade de gênero em todos os seus aspectos”.

Já a representante da Força Sindical, Maria Auxiliadora dos Santos, ressalta que “a sociedade tem que saber que existem muitas mulheres trabalhando a conscientização dos direitos que temos a uma vida digna”. Para isso, ela acredita ser fundamental a autonomia econômica.

Gicélia finaliza que as mulheres das centrais sindicais devem “caminhar unidas para a 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres em março do ano que vem para exigir dos governos municipais, estaduais e federal políticas públicas que combatam com mais rigor os atos de violência”.


Fonte:  Marcos Aurélio Ruy/Portal CTB - 02/12/2015


Comentários

 

O Mundo Sindical e os cookies: nós usamos os cookies para guardar estatísticas de visitas, melhorando sua experiência de navegação.
Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.