A terça-feira foi tensa para os servidores públicos municipais que participaram da assembleia da categoria ontem à tarde, na Sociedade Ginástica, no Centro de Joinville.
E o ano de 2016 deve começar mais tenso ainda para a categoria. Isso porque, depois de muita discussão, o funcionalismo decidiu manter o estado de greve durante o fim de ano e optar pela paralisação em fevereiro.
— Os servidores entenderam que não era o momento de entrar em greve, e a decisão ficou para o ano que vem. Temos uma nova assembleia agendada para a primeira semana de fevereiro, quando poderemos oficializar a decisão. Até o momento, não existe nenhuma reunião ou encontro com a Prefeitura na agenda do Sinsej (sindicato da categoria) — explicou Ulrich Beathalter, presidente do sindicato.
A direção do Sinsej levou à votação a proposta de paralisação imediata, uma greve geral e maciça em todos os setores da Prefeitura para pressionar o prefeito Udo Döhler a rever os pontos do pacote anunciado no começo do mês para minimizar os efeitos da crise.
— Não vamos pagar pela crise. A única maneira de reverter o “pacote de maldades” é com uma greve geral e de massas. É a única forma de fazer o prefeito revogar as medidas — disse Ulrich Beathalter, que não descarta a opção de ir à Justiça para ter as reivindicações da categoria atendidas.
Durante mais de três horas, cerca de 1,2 mil servidores públicos municipais de diferentes áreas, principalmente da saúde e da educação, lotaram o salão principal da Sociedade Ginástica. Eles se revezaram em discursos pedindo que o prefeito revogue os pontos que atingem a categoria.
Pela manhã, os integrantes da direção do sindicato foram recebidos por Udo e por secretários municipais, no gabinete do prefeito. O único ponto atendido pelo prefeito foi o que envolve o vale-alimentação.
No começo do mês, a Prefeitura anunciou uma economia de R$ 2,4 milhões com o corte do benefício para quem entra em férias, tira licença-prêmio, licença adoção, por curso, atividade política monetária ou se afasta do trabalho.
Os outros pontos, que envolvem o abono para quem trabalha no recesso, a venda de parte das férias e o abono natalino, por exemplo, continuam cortados.
Paralisação afeta serviços
A paralisação de parte dos servidores públicos municipais ontem afetou o atendimento em diversas unidades públicas de Joinville. Durante a tarde, a Prefeitura liberou boletins informando à população de que o atendimento em unidades básicas de saúde estaria comprometido pela falta de pessoal.
— Devido à paralisação dos servidores, os atendimentos no PA Leste, PA Norte e PA Sul ficaram restritos somente a casos de urgência e emergência na tarde desta terça-feira. A medida se faz necessária pela falta de profissionais nas unidades citadas — informava o comunicado.
A paralisação também repercutiu nos serviços na parte da manhã, enquanto muitos servidores acompanhavam o encontro entre Udo Döhler e representantes do sindicato da categoria.
A Prefeitura ressalta que as decisões tomadas no pacote de contenções são necessárias devido à situação financeira, que é considerada grave. De acordo com a administração municipal, a prioridade é garantir o pagamento dos salários dos servidores e cumprir com os compromissos.