Notícia - Diálogo é prioridade das mulheres trabalhadoras das Centrais

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) participou nessa segunda-feira, 17/08, do Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais, realizado na sede da CUT, em SP. Representantes de todas as centrais sindicais debateram a pauta das mulheres trabalhadoras a ser levada para a agenda do governo deste 2º semestre de 2015.

Santa Regina Pessoti Zagretti, recém-eleita secretária nacional da Mulher da UGT, participou pela primeira vez do encontro. Ela que é presidente do Sindicato dos Comerciários de Ribeirão Preto ressaltou a importância desse diálogo e a união entre todas as centrais. “A presença de todas as categorias nessa luta para tratar de uma pauta em comum, fortalece. A mulher, por mais que trabalhe, tem muito arraigado que é um segundo salário e mesmo que faça o trabalho do homem, ainda ganha menos”, adverte.

Para Regina, está na hora do movimento sindical, junto com o social, evidenciar que o salário da mulher não é um complemento de renda. “A mulher participa das mesas de negociações, mas ainda não tem o devido espaço, sofre violência no trabalho e em casa. As meninas que estiveram reunidas têm conhecimento e papel forte, mas muitas vezes acabam não sendo ouvidas. Quero parabenizar todas pela iniciativa. Esse é o caminho para um objetivo, o da igualdade da mulher”, pontua a secretária.

Eleuza de Cássia Bufelli, secretária-adjunta da Mulher da UGT, afirmou a importância de pautar a desigualdade salarial, como eixo da violência contra a mulher. Já Maria Auxiliadora dos Santos, da Força Sindical, destacou a dificuldade de falar sobre a participação das mulheres num ambiente sindical machista.

Foram discutidos outros assuntos, como o da conjuntura política do país. “Neste momento político no Brasil temos que reafirmar a luta das mulheres e uma agenda positiva, questionando essa sociedade machista e patriarcal”, disse a Secretária de Mulheres CUT, Rosane Silva.

Para Marcia Regina Viotto, da CTB, a conjuntura é preocupante e temos que reafirmar que não aceitaremos golpe contra democracia e frisou que as manifestações, como a de domingo (16/08), têm caráter sexista, de classe e de cor.

Na opinião das mulheres, o diálogo, em todas as esferas, será necessário e prioritário nas ações políticas do próximo semestre.

Diálogo com o governo sobre as políticas públicas para as mulheres, com igualdade de oportunidades, como creches públicas e ensino integral para jovens e adolescentes. Um debate de regulamentação das convenções 111, que não tenha discriminação nos locais de trabalho e que as mulheres recebam as mesmas oportunidades, e a 100, que iguala os salários entre homens e mulheres. E uma participação das centrais nas conferências de mulheres que acontecem em todo o país.

Diálogo com a sociedade através de campanhas para divulgar a convenção 156, que trata a igualdade de oportunidades e de tratamento para trabalhadores e trabalhadoras com responsabilidades familiares. E a participação das mulheres nos 16 dias de ativismo, campanha mundial com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres.

E o diálogo com a base, na construção conjunta de cláusulas comuns para as mulheres nas negociações coletivas. “A ideia é que a gente possa preparar as mulheres para as negociações e na construção de uma pauta comum das centrais sindicais, porque a discriminação do trabalho é igual para todas nós. Ter uma pauta comum não só demonstra a nossa unidade, mas demonstra nosso poder de organização das mulheres trabalhadoras”, finaliza a Rosane. 


Fonte:  Érica Aragão (CUT) e Mariana Veltri (UGT) - 18/08/2015


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