O Sindicato de Jornalistas da Libéria manifestou preocupação com a ameaça à liberdade de imprensa após medidas do governo para limitar o aumento do vírus ebola. A entidade escreveu uma carta ao Ministro da Justiça na tentativa de chamar a atenção para as dificuldades que os jornalistas enfrentam ao cobrir a epidemia no país.
De acordo com a EFE, as autoridades estabeleceram áreas restritas de atendimento aos pacientes, onde serão proibidas fotos, vídeos e gravações de áudio. Além disso, todas as entrevistas escritas e os arquivos gravados no interior de centros de saúde serão supervisionados. O governo acredita que ao restringir as informações, o país conseguirá proteger a privacidade dos pacientes, bem como a saúde e segurança de profissionais de imprensa.
"Os meios de comunicação social na Libéria têm sido um parceiro importante na luta para aumentar a conscientização da sociedade quanto a o impacto e desafios da epidemia. Infelizmente, várias ações do governo contra os veículos criam um espaço de ceticismo em relação à doença", ressaltou o Sindicato.
A Libéria é um dos países mais atingidos pela epidemia do ebola na África Ocidental, que já matou mais de 3.400 pessoas na região. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o número de casos no local dobra a cada dia.