Notícia - Negociação para pôr fim à greve dos Correios termina sem acordo

Terminou sem acordo a segunda rodada de negociação entre representantes dos Correios e dos trabalhadores da estatal em greve, realizada nesta terça-feira (25), em Brasília, e que contou com a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).


A manutenção do impasse leva ao julgamento da questão pelo TST. A sessão que vai tratar do dissídio coletivo está marcada para a próxima quinta-feira (27), em sessão extraordinária do tribunal.


O movimento grevista teve início no dia 11 de setembro e conta com a adesão de parte dos empregados dos Correios. A reunião desta terça durou cinco horas.


Reajuste


A estatal manteve a oferta de reajuste de 5,2%, alíquota que cobriria a inflação dos últimos 12 meses (sem aumento real) e que valeria tanto para o salário quanto para os benefícios pagos aos funcionários, como vale-refeição, cesta básica e auxílio-creche. O impacto dessa proposta é de R$ 425 milhões ao ano.

A
Fentect, federação sindical que representa os funcionários dos Correios, rejeitou a oferta. A demanda inicial da categoria é por reajuste de 43,7%, índice que, segundo o sindicato, compensaria perdas com a inflação dos últimos anos. Além disso, os trabalhadores exigem aumento linear de R$ 200, tíquete-alimentação de R$ 35 e a contratação de 30 mil trabalhadores, entre outras exigências.


A ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Kátia Arruda, mediadora da negociação, sugeriu, além do reajuste de 5,2%, o pagamento de R$ 80 de aumento linear, mas os Correios rejeitaram.


Foram discutidas ainda propostas com reajustes de 8,5% e de 6,87%, sem o aumento linear, mas também não foram aceitas.


O secretário-geral da Fentect, Edson Dorta, qualificou a postura da direção dos Correios de "intransigente." “A empresa não quer negociar nada. Não aceitou as propostas do Ministério Público (do Trabalho) nem as feitas pela pela ministra”, disse Dorta.


Ele informou que a Fentect vai propor a intensificação da greve a partir desta quarta (26), para forçar os Correios a negociarem.


O vice-presidente Jurídico dos Correios, Jefferson Carús Guedes, disse que a empresa “fez todos os esforços” para chegar a um acordo com os trabalhadores. Segundo ele, a estatal não tem recursos para atender às demandas do sindicato.


Impacto


De acordo com a empresa, somente o aumento linear teria impacto de R$ R$ 323,3 milhões por ano na folha de pagamento, que hoje é de cerca de R$ 8 bilhões.


Os Correios alegam que não têm dinheiro para pagar o reajuste de R$ 80. Para justificar essa posição, apontam que o seu lucro operacional no primeiro semestre ficou abaixo do valor necessário para cobrí-lo: R$ 266 milhões.


A empresa alega ainda que concedeu aos carteiros ganho real – acima da inflação – de 35% nos últimos oito anos. E que a despesa com pessoal cresceu 12% em 2011, enquanto a receita cresceu 5%.


O salário-base inicial para agente de Correios (carteiros, operador de triagem e atendentes comerciais) é de R$ 942,71. Mas todos recebem adicionais, que chegam a 30%, no caso dos carteiros.


Paralisação e mutirão



De acordo com os Correios, estão em greve hoje 11.724 funcionários, o que representa 9,77% do seu quadro de funcionários (cerca de 120 mil). A maioria dos grevistas está em São Paulo. Em apenas dois estados – Maranhão e Amapá – não há registro de paralisação.


No final de semana, os Correios fizeram mutirões para colocar em dia a entrega de cartas e encomendas à população, afetada por conta da paralisação. A greve teve início em 11 de setembro nos estados de Minas Gerais e Pará.


Fonte:  Fábio Amato Do G1, em Brasília - 26/09/2012


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