Depois da aprovação da pauta da Campanha Salarial em assembleia realizada no último fim de semana, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos protocolou o documento com as reivindicações da categoria nos escritórios dos representantes patronais, nesta segunda-feira (2).
A entidade foi representada por uma comissão de diretores, eleita na mesma assembleia, que será responsável por encaminhar as negociações com os empresários e apresentá-las ao conjunto dos trabalhadores. São eles: o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves, e os diretores Renato Almeida, André Alemão, Danielson França, Luciene Silva e Fátima Sousa.
A pauta foi entregue a 15 representantes empresariais, entre sindicatos e associações patronais, e a duas empresas diretamente: Caoa Chery e Avibras (confira abaixo a listagem dos representantes patronais).
Depois disso, a expectativa é que sejam feitos calendários de negociação nos diversos grupos patronais. Nesta semana, o Sindicato dos Metalúrgicos já inicia a realização de assembleias nas fábricas da região. A proposta é referendar nas portas das empresas a pauta aprovada em assembleia geral promovida de forma virtual no sábado (31).
15% e luta por convenção coletiva
A definição do índice de 15% de reajuste foi feita durante a assembleia geral, após análise da previsão de inflação, que deve atingir de 9,2% a 9,5% (de setembro de 2020 a agosto de 2021), e do ganho de produtividade das empresas.
Num cenário em que o governo Bolsonaro ameaça constantemente os direitos trabalhistas, terá centralidade a mobilização pela assinatura das convenções coletivas nos grupos patronais. Essa é a garantia contra as investidas que visam rebaixar as condições de trabalho.
Como de costume, a pauta terá pontos específicos com as reivindicações das metalúrgicas. As trabalhadoras sofrem nas empresas com várias distorções, como os salários menores em relação aos dos homens. Esse é um tema que será tratado nas negociações, bem como o amparo às companheiras vítimas de violência doméstica.
O Sindicato também vai à luta para exigir vacinação para todos os brasileiros. Desde o início da pandemia, a entidade tem defendido medidas orientadas pelos cientistas, ao contrário do que tem feito o governo federal. Por isso, como parte da Campanha Salarial, a pauta política inclui a reivindicação por fora Bolsonaro e o seu vice, Mourão.
“Depois de entregar nossas exigências aos patrões, vamos mobilizar as bases para mostrar a eles que queremos aumento real e manutenção de todos os direitos. É hora de mostrar a nossa força”, disse o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
Grupos patronais aos quais as pautas foram entregues:
- Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores)
- Sinpa (Sindicato da Indústria de Parafusos, Porcas, Rebites e Similares)
- Sindiforja (Sindicato Nacional da Indústria da Forjaria)
- Sindratar (Sindicato das Indústrias de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar)
- Sindicel (Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não-Ferrosos)
- Siniem (Sindicato Nacional da Indústria de Estamparia de Metais)
- Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos Eletrônicos e Similares)
- Sindimaq (Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas)
- Sicetel (Sindicato Nacional das Indústrias de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos)
- Siescomet (Sindicato da Indústria de Esquadrias e Construções Metálicas do Estado de São Paulo)
- Simefre (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários)
- Sinafer (Sindicato da Indústria de Artefatos de Ferro, Metais e Ferramentas em Geral)
- Siamfesp (Sindicato da Indústria de Artefatos de Metais Não Ferrosos)
- Setor aeronáutico (Fiesp)
- Assecre (Associação dos Empresários do Chácaras Reunidas)
- Avibras
- Caoa Chery