Os 20 mil trabalhadores em estabelecimentos e serviços de saúde de Santos, baixada e litoral têm que ser vacinados imediatamente contra o novo coronavírus por “motivos óbvios”.
A expressão é do presidente do Sintrasaúde, Ademir Irussa, empossado na sexta-feira (8). Nesta semana, ele intensificou os contatos com os hospitais e clínicas sobre o assunto.
“A categoria está em pânico, apavorada, assustada com o sofrimento e a dor que presencia diariamente. São os profissionais de saúde que estão na vanguarda do atendimento às vítimas da pandemia”, diz.
Segundo ele, o problema é tão grave que os hospitais e demais estabelecimentos do setor, inclusive no serviço público, estão com dificuldades para contratar profissionais que supram a demanda.
“Não é todo mundo que quer enfrentar essa verdadeira roleta-russa. Por mais comprometimento profissional que a pessoa tenha, mesmo desempregada, ela pensa muito em aceitar um trabalho no setor”, explica.
Estratégia e inteligência
Para Ademir, a vacinação prioritária dos que trabalham na saúde, desde médicos aos profissionais de limpeza e administrativos, passando por enfermeiros, assistentes de enfermagem e tantos outros, é uma necessidade.
“Não se trata de privilégio, mas sim de estratégia, de inteligência, logística ou outro nome que se dê para classificar a atividade imprescindível desses corajosos anjos que combatem a doença”, pondera.
O presidente do Sintrasaúde lembra que, sem a vacina, esses milhares de profissionais podem se contaminar e espalhar o vírus em suas casas, entre familiares, amigos e vizinhos.
Ademir lamenta que o governo não tenha colocado efetivamente as vacinas à disposição dos brasileiros. “Queremos que todos sejam vacinados, mas se houver uma escala, tem que começar pela saúde”.