Notícia - Operários de Camaçari na luta pela preservação do emprego e contra o fechamento da Ford

Trabalhadores da Ford cumprem em todo o país uma agenda de mobilizações após o anúncio do fechamento das fábricas da empresa americana no Brasil, na segunda-feira, 11. A produção será encerrada imediatamente em Camaçari, na Bahia, e em Taubaté, em São Paulo.

Na cidade de Horizonte, no Ceará, uma terceira fábrica também deve ser fechada, mas somente no ano que vem. Em nota, o presidente da Ford na América do Sul, Lyle Watters, procurou inocentar a multinacional e disfarçar sua insensibilidade social atribuindo a decisão ao “ambiente econômico desfavorável” e à “pressão causada pela pandemia”.

Passeata e assembleia

Em Camaçari, a manhã de segunda-feira foi agitada por uma grande passeata dos metalúrgicos. Convocado pelo sindicato da categoria, o protesto contra o fechamento da fábrica da Ford mobilizou mais de 6 mil trabalhadores, segundo informações do presidente da entidade, Júlio Bonfim.

Nesta quarta-feira 13, será realizada uma assembleia no Centro Administrativo da Bahia, às 9h, seguida de um ato na Assembleia Legislativa do estado. O objetivo é inserir o tema na pauta de discussão dos deputados estaduais.

O sindicalista estima que pelo menos doze mil trabalhadores da região devem ser afetados: 3,5 mil operacionais, 2,5 mil administrativos, 2,5 mil de empresas parceiras e quatro mil de fornecedoras. Estima-se que em todo o país o fechamento da Ford, decidido unilateralmente e comunicado laconicamente pela direção da multinacional, sem negociação com os trabalhadores ou o governo, vai desempregar cerca de 50 mil operários na cadeia produtiva do ramo automobilístico.

O movimento sindical e os funcionários da empresa prometem resistir com energia ao ato arbitrário da direção da multinacional norte-americana, que aproveita a covardia e o caráter anti-trabalhista do governo Bolsonaro para desfechar este golpe traiçoeiro contra a classe trabalhadora e a economia nacional.

Ao longo de um século de atuação no Brasil, a Ford só se preocupou em lucrar e acumular capital, incentivou e explorou a guerra fiscal entre os estados, beneficiando-se de escandalosas isenções tributárias, salários relativamente baixos e doação de terrenos. Nos primeiro sinais de dificuldades, ampliadas pelo desgoverno Bolsonaro, abandona o barco deixando dezenas de milhares de “colaboradores” à deriva.

É a lógica do capital monopolista e apátrida personificado nas transnacionais privadas, cujo único e exclusivo objetivo é extrair da produção o lucro máximo.


Fonte:  Portal CTB - 13/01/2021


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