O dirigente do SINPOSPETRO-RJ, Eusébio Pinto Neto, concorre à presidência da Federação Nacional dos Frentistas( FENEPOSPETRO), que hoje é ocupada pelo fundador da entidade Francisco Soares de Sousa.
Dirigentes dos Sindicatos dos Frentistas de todo o Brasil vão escolher, neste sábado (29), em São Paulo, a nova diretoria da Federação Nacional da Categoria(FENEPOSPETRO), que vai representar, nos próximos quatro anos, mais de 500 mil trabalhadores de postos de combustíveis e lojas de conveniência. Pelo trabalho desenvolvido, há mais de 20 anos, para libertar e organizar os frentistas em vários Estados do país, o presidente do SINPOSPETRO-RJ, Eusébio Pinto Neto, foi escolhido para encabeçar a chapa um. Apenas uma chapa se inscreveu para a disputa do pleito.
Pela primeira vez na história da FENEPOSPETRO, fundada em 1992, o Rio de Janeiro vai disputar a vaga da presidência. As eleições foram antecipadas de 2018 para este ano a pedido do atual presidente Francisco Soares de Sousa, que para garantir a realização e a lisura do pleito promoveu alterações no Estatuto da entidade.
Eusébio Neto se diz honrado pela indicação ao cargo de presidente da FENEPOSPETRO e espera corresponder a expectativa de seus companheiros de luta levando adiante o grande projeto desenvolvido com maestria pelos seus antecessores: Antônio Porcino e Francisco Soares. “ É com alegria e orgulho que aceitei esse desafio por acreditar que a nossa categoria tem um papel importante na sociedade e está preparada para avançar nas conquistas”.
Segundo o presidente do SINPOSPETRO-RJ, o frentista precisa ter orgulho da profissão, porque o papel social que desenvolve vai além do abastecimento de veículos. Hoje, o trabalhador qualificado evita acidentes e ao aplicar os métodos de segurança reduz os riscos de contaminação por produtos tóxicos e inflamáveis no ambiente. Eusébio Neto afirma que apesar da pressão de alguns setores econômicos, a tecnologia não vai substituir o atendimento pessoal no posto de combustível, que é uma área que requer segurança e mão de obra capacitada.
COMPROMISSO
Eusébio Neto garante que, se for eleito, vai dar continuidade a todos os projetos de excelência desenvolvidos pela Federação e renovará os esforços para consolidar os direitos adquiridos e avançar nas conquistas. Ele quer investir também na questão da segurança e saúde dos trabalhadores de postos de combustíveis e lojas de conveniência, centralizando na Federação os projetos desenvolvidos nos Estados e incentivando novas parcerias com órgãos públicos.
DESAFIOS
Para o presidente do SINPOSPETRO-RJ o maior desafio da categoria, hoje, é resistir à investida de grupos que tentam impor, através do poder econômico, a automação de novas tecnologias que impactam diretamente no emprego nos postos de combustíveis. Além dos projetos que tramitam no Congresso para derrubar a lei que proíbe a implantação de bombas de autosserviço nos postos de combustíveis, os frentistas ainda são ameaçados por novas tecnologias que reduzem a mão de obra nos postos, como o sistema de pagamento automático. Através desse dispositivo, o pagamento é efetuado pelo próprio cliente. Eusébio Neto cita ainda os carros elétricos como a mais nova ameaça para o emprego nos postos.
De acordo com Eusébio Neto, a aprovação do Estatuto da categoria e a unificação da data-base com um piso salarial único para todo o país são dois grandes desafios que a Federação precisa transpor. “É preciso valorizar a profissão de frentista. O país vive hoje um momento delicado, e por isso os trabalhadores de postos de combustíveis precisam estar atentos às mudanças propostas pelo governo para garantir os seus direitos adquiridos com muita luta”.
REGIÕES
Eusébio Neto acredita que a extensão territorial do Brasil, a pulverização da categoria- com postos espalhados por estradas e esquinas de todo o país- e a alta rotatividade da mão de obra dificultam a luta por melhores salários e condições de trabalho dos empregados de postos de combustíveis. Ele cita como exemplo as empresas familiares, onde o empresário está presente todo o tempo no ambiente laboral, o que inibe a participação do trabalhador no movimento sindical.
Eusébio acrescenta que a Região Norte e alguns estados do Sudeste apresentam resistência do setor patronal, devido a cultura de empresários que não estão acostumados em ver os trabalhadores organizados e estruturados politicamente.