Força Sindical – Como a instância estadual paulista e os sindicatos filiados agiram para enfrentar a crise econômica?
Danilo Pereira da Silva – A crise atingiu o Brasil inteiro, mas pelo tamanho do Estado de São Paulo o reflexo é sempre maior. A Central tem cerca de 480 sindicatos associados no Estado de todos os segmentos: indústria, comércio e serviços e temos sofrido drasticamente com o desemprego.
Força Sindical – O que os senhores têm feito?
Danilo – Temos trabalhado junto ao governo do Estado para implantar frentes de para amenizar o desemprego, além de desenvolver políticas nos setores da agroindústria e agronegócio para reduzir a rotatividade nestas áreas. Mas não tem sido fácil. O desemprego é grande.
Força Sindical – Alguns setores são mais afetados que outros?
Danilo – Temos setores importantes dentro da central, coo metalúrgicos, químicos, gráficos e alimentação. Cada um tem sua especificidade mais grave, menos grave. Há mais de 15 anos não sofremos situação semelhante de altíssimo desemprego e baixa produção industrial. A partir de julho o clima amenizou, mas as empresas ainda não estão investindo. Acredito que antes de agosto não teremos uma clareza na economia antes de resolver a questão do impeachment.
Força Sindical – O desemprego também é grande no interior do Estado?
Danilo – Cada região tem suas especificidades. Uma alternativa tem sido emprego no meio rural, mas na grande São Paulo e nos polos industriais as coisas são mais difíceis.
Força Sindical – Assistimos paralisações e assembleias, mesmo na crise. O trabalhador perdeu o medo de se manifestar?
Danilo – Todos sabem que é preciso lutar por melhores salários, especialmente em períodos de inflação alta. No 1º semestre poucas categorias negociaram reajustes abaixo da inflação. O que não conseguimos foi manter o mesmo ritmo de ganho real que vínhamos obtendo. Os setores estão fazendo campanha unificada na cadeia produtiva dos setores e isso é positivo.