Categorias com data-base no segundo semestre, ligadas à CUT, fizeram assembleia unificada nesta quinta (28), em Diadema, na região do ABC paulista, para discutir a organização contra a ameaça de retirada de direitos pelo governo interino. "Vivemos o ponto de partida de um ciclo histórico da resistência aos trabalhadores", afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Rafael Marques. Segundo ele, o governo "testa os trabalhadores a respeito de ações que pretende adotar e que avançam sobre os direitos trabalhistas".
"As nossas campanhas salariais têm que ser um momento para lutar contra o golpe aos trabalhadores", disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Juvandia Moreira. "É importante a nossa unidade neste momento difícil cheio de golpistas, dizendo que a classe trabalhadora tem que fazer sacrifícios."
O presidente da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT) em São Paulo, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, lembrou que o setor patronal entregou uma "contra-pauta" com 19 itens que preveem retirada de direitos, incluindo congelamento de salários. "O golpe é contra os trabalhadores. O ‘pato de Troia’ dos patrões, que vem com a terceirização, a precarização, a idade mínima para aposentadoria, representa o maior ataque que o trabalhador já sofreu na história.”
O secretário Geral da CUT São Paulo, João Cayres, explica que as campanhas unificadas devem fortalecer ainda mais os sindicatos. "Estamos diante de um golpe que aponta a retirada de direitos o tempo todo. Os empresários utilizam o discurso de flexibilizar a CLT, mas nós passamos 12 anos de um governo que, mesmo diante de uma crise mundial, gerou emprego", afirma, ao fazer referência às diferentes posturas antes e após a derrubada da presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff.
Os metalúrgicos reivindicam aumento real (acima da inflação), estabilidade e criação de empregos, valorização dos pisos e jornada semanal de 40 horas, entre outros itens. Nesta sexta (29), a FEM-CUT faz a primeira rodada de negociação com o Grupo 3, que reúne as empresas de autopeças, forjaria e parafusos.
De amanhã até domingo (31), os bancários fazem conferência nacional, em São Paulo, para aprovar a pauta a ser entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Na tarde desta sexta, o encontro terá a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.