Em entrevista ao Jornal da Band, nesta quarta-feira (16), o secretário de organização e relações do trabalho, juventude e pessoas com deficiência do Sindicato, Nailton Francisco de Souza (Porreta), praticamente descartou ao jornalista Rodrigo Hidalgo, que os ataques aos ônibus tenham relação com “disputa política pelo poder na entidade”.
“Esta história de relação dos ataques com disputa pelo poder no Sindicato é descabida. A eleição que ocorreu em 2023 está judicializada, aguardando parecer da Justiça. Portanto, não há motivo para este tipo de movimento na cidade”, afirmou.
Nailton faz questão de citar que a direção da entidade, liderada pelo presidente Valdemir dos Santos Soares (Moleque), fechou recentemente uma das Campanha Salariais mais vitoriosas dos últimos 20 anos, aprovada por mais de 5 mil companheiros e companheiras em Assembleia.
“Trabalhamos intensamente para garantir conquistas para os trabalhadores, sempre em diálogo com os agentes públicos municipais. Nosso objetivo é batalhar pelo bem da categoria e da sociedade. É um compromisso que marca nossa trajetória de mais de 90 anos”, ressaltou.
Para o diretor da entidade, a Polícia Civil cria uma narrativa sem nexo, ao citar “possível disputa no Sindicato”, quando os ataques a ônibus se espalham de forma descontrolada Estado afora: Santos, Osasco, Itapecerica da Serra, Diadema, São Bernardo, Santo André, dentre outras cidades, já tiveram ônibus alvejados sem respostas.
A entidade, inclusive, dias atrás publicou nota à imprensa e à sociedade “repudiando as declarações do investigador de polícia Fernando Santiago, “que de forma inadequada, criou narrativa incoerente, num contexto de caos social, não apenas na cidade de São Paulo, mas em cidades da Região Metropolitana, Interior e Baixada Santista”.
Na entrevista, Nailton reitera as críticas às forças de segurança pela morosidade nos trabalhos de investigação e ações ostensivas no enfrentamento, que estão permitindo a série de ataques a operadores e passageiros. “O clima é de terrorismo, todos estão com medo. Quando não se elucida os casos, o crime continuado abre espaço para a impunidade”. E aproveita para pedir, outra vez, mais agilidade e punição rigorosa aos criminosos.
Neste momento, a cidade de São Paulo registra mais de 460 casos de ataques a ônibus, segundo levantamento da SPTrans (São Paulo Transportes). No Estado de São Paulo, ultrapassam a triste marca de 750 episódios.