A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) manifesta seu total repúdio à decisão anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. A medida, além de desastrosa, representa uma retaliação de cunho político e econômico ao governo brasileiro, afetando diretamente a produção nacional e atacando frontalmente a soberania do país.
É fundamental destacar que a adoção dessa medida equivocada representará um duro golpe não apenas para a classe trabalhadora brasileira, mas também para a norte-americana. Medidas unilaterais e protecionistas como esta colocam em risco empregos e conquistas históricas da classe trabalhadora dos dois países.
Devido à grande complexidade produtiva entre nossas indústrias, setores industriais dos EUA também serão afetados, e o resultado será preços mais altos para os consumidores e perdas econômicas generalizadas.
Para a CNM/CUT, essa taxação é mais do que uma ofensiva comercial: é uma tentativa clara da extrema direita norte-americana de politizar as relações econômicas internacionais, prejudicar as nações do Sul Global e impor barreiras à construção de um mundo multipolar, mais justo e democrático. Não podemos aceitar que o Brasil continue sendo tratado como quintal dos Estados Unidos.
A imposição de tarifas com motivações ideológicas só reforça a urgência de ampliar nossa autonomia produtiva e buscar novos mercados, como os BRICS, reduzindo nossa dependência dos Estados Unidos.
A CNM/CUT também cobra do setor empresarial brasileiro uma postura firme e corajosa diante da crise. É hora de investir no Brasil, garantir que a produção nacional atenda às necessidades do povo brasileiro e gere empregos de qualidade. Vamos seguir em diálogo com os empresários, mas sempre colocando o trabalho decente e o desenvolvimento nacional como prioridade.
A Confederação, seguindo sua tradição internacionalista e de solidariedade de classe, atuará firmemente junto aos nossos parceiros sindicais globais para denunciar os impactos negativos dessa política e mobilizar esforços conjuntos em defesa dos interesses da classe trabalhadora e da soberania produtiva de nossos povos. A luta é global, e não aceitaremos retrocessos impostos por decisões que favorecem os interesses de poucos à custa do bem-estar de muitos.
Queremos também ouvir os trabalhadores americanos: estão de acordo com essa política imperialista de Trump?
A CNM/CUT seguirá mobilizada, defendendo a reconstrução da indústria brasileira, a soberania nacional e o papel estratégico da classe trabalhadora nesse processo. Em setembro, a entidade realizará uma grande plenária para fortalecer ainda mais a unidade, a resistência e o protagonismo dos metalúrgicos e metalúrgicas na construção de um Brasil justo, soberano e democrático.