Notícia - Categoria petroleira se manifesta contra a privatização do Polo Bahia Terra

Em protesto contra a possibilidade de privatização do Polo Bahia Terra, conjunto de 28 campos de produção de petróleo da Petrobrás no estado, petroleiros e petroleiras realizaram um grande ato nesta quarta-feira (9), na unidade de Taquipe, em São Sebastião do Passé. A ação é só o início de uma luta que vai até o fim para evitar a venda de mais um ativo da estatal, como ficou nítido no recado firme enviado para a presidente da companhia, Magda Chambriard: “a Bahia não está à venda”, gritaram em uníssono os cerca de 600 trabalhadores e trabalhadoras presentes na manifestação.

A categoria petroleira entrou em estado de alerta no último sábado (5), quando a presidente da Petrobrás admitiu a possibilidade de uma privatização do Polo Bahia Terra, ou a terceirização de suas operações. A decisão, segundo Magda, será tomada a partir da análise do que for melhor para os acionistas da empresa. Ao discursar no ato desta quarta (9), a coordenadora geral do Sindipetro Bahia, Elizabete Sacramento, questionou a declaração da presidente:

“O acionista majoritário da Petrobrás é o Estado brasileiro, então a empresa precisa estar a serviço do povo brasileiro, não pode visar apenas a maximização dos lucros. O lucro da Petrobrás precisa dar retorno ao povo, a quem de fato pertence essa riqueza, e não apenas aumentar a fortuna dos acionistas da companhia”, rebateu Elizabete, reivindicando um posicionamento do Governo Federal. “Precisa se posicionar em defesa da sociedade baiana, que foi fundamental na construção da indústria petroleira. Se a Petrobrás existe hoje, tudo começou aqui na Bahia. É reparação histórica”, definiu.

O coodenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, se posicionou imediatamente nas redes sociais, no final de semana, criticando duramente o anúncio feito por Magda Chambriard. “Vender esse polo é rasgar a história da Petrobras e ignorar o papel estratégico da Bahia para o setor energético nacional. Esse polo foi fundamental para o nascimento da indústria do petróleo no Brasil. É uma oportunidade de a Petrobras retomar sua expertise em produção onshore, abandonada durante os governos de Temer e Bolsonaro. Não aceitaremos retrocessos. A Bahia não está à venda!“, afirmou. 

O deputado estadual petroleiro, Radiovaldo Costa (PT), lembrou do recente anúncio de investimentos da Petrobrás na Bahia, um volume de R$ 16 bilhões em cinco anos para dobrar a produção de petróleo no estado. “Não tem sentido Magda vir com essa fala agora. Mas não mediremos esforços para lutar contra a privatização, não vamos aceitar isso, pois essa empresa é fundamental para a população”, garantiu, relembrando de outros ativos já privatizados pela estatal, onde aconteceu encolhimento de salários, mais acidentes e aumento de preços para consumidores.

Além de defender o que pode ser perdido, petroleiros e petroleiras também se uniram para reaver o que já foi vendido. “A Petrobrás precisa ser uma empresa integrada, justamente para não ficar refém do preço do barril de petróleo”, defendeu o vice-presidente da CUT e diretor do Sindipetro-BA, Luciomar Machado, justificando uma maior robustez da estatal ante as flutuações do mercado quando possuía subsidiárias de refino e distribuição como a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), BR Distribuidora e Liquigás.

Além de outros diretores do Sindipetro-BA, também estavam presentes no ato representantes do Siticcan e do Sindiquímica. O Sindipetro-BA e a FUP já solicitaram também reuniões com a presidência da Petrobrás, com o ministro de Minas e Energia e com o governador da Bahia, para colocar na mesa o posicionamento da categoria petroleira: privatizar faz mal ao Brasil e à Bahia.

 


Fonte:  FUP - 10/07/2025

 

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