Dirigentes dos Metalúrgicos do ABC estiveram na Alemanha, na semana passada, para participar da reunião do Comitê Mundial dos Trabalhadores na Volks. O encontro reúne representantes sindicais de todas as plantas do Grupo ao redor do mundo.
Representaram o Sindicato na atividade o diretor administrativo e membro do Comitê Mundial, Wellington Messias Damasceno; o coordenador do CSE na Volks, Marlon Augusto Silva; e Regis Guedes, representante sindical na Scania e no Comitê – empresa que integra o grupo VW desde 2008.
Wellington detalhou que o encontro internacional é um espaço estratégico de diálogo entre os trabalhadores e a direção global da montadora. Em um momento específico da programação, os representantes dos trabalhadores têm a oportunidade de apresentar suas avaliações, preocupações e reivindicações à direção mundial da empresa.
“Nessas reuniões, debatemos a realidade de cada planta, recebemos informações sobre o desempenho no mercado, linhas de produtos, planejamento de investimentos e discutimos estratégias para os próximos anos”, explicou Wellington.
“Também é um espaço para questionamentos, posicionamentos críticos e apresentação de pautas relevantes dos trabalhadores. É uma importante oportunidade para questionar ou pautar algum debate”, completou.
Investimentos e política industrial
Wellington destacou que uma das principais funções do Comitê é acompanhar os ciclos de investimento em nível global e garantir que as necessidades de cada país e planta sejam levadas em conta.
“Essa reunião tem uma importância estratégica, porque a partir dela temos informações do que está acontecendo em todas as plantas do mundo. Assim, como base em dados concretos, é possível fazer um debate sobre as aprovações dos próximos ciclos de investimento, destacando os aspectos de cada país e a necessidade de cada planta”.
O dirigente apresentou um painel sobre as articulações com o Governo Federal e com o Poder Judiciário. Wellington destacou o papel das políticas industriais defendidas pelos Metalúrgicos do ABC no atual cenário.
“Apresentei um painel com os avanços que temos construído junto ao governo Lula. Medidas que vêm impactando positivamente o setor automotivo e criando condições para a retomada de investimentos. A própria Volkswagen, por exemplo, anunciou novos aportes com a presença do presidente Lula”, relatou.
Transição energética e o futuro do setor
Outro ponto central do debate foi a transição energética no setor automotivo. Wellington chamou a atenção para a preocupação dos trabalhadores brasileiros com a eletrificação da frota e o desenvolvimento local de novas motorizações.
“Abordei os investimentos previstos no Brasil para as plantas de Curitiba e aqui da Anchieta, que serão híbridos, além do novo modelo lançado em Taubaté. Mas também ressaltei a urgência de acelerar o desenvolvimento e a produção de veículos eletrificados, tanto para o mercado nacional quanto para nossa região”, disse.
Representação sindical global
Segundo o dirigente, participar do Comitê Mundial é fundamental para garantir que os interesses dos trabalhadores brasileiros sejam defendidos e estejam representados nas decisões estratégicas da montadora.
“A reunião é estratégica, é um espaço importante da representação. Uma oportunidade de inserir os trabalhadores no debate, detalhar a realidade de cada planta e fazer as cobranças necessárias. É um debate em que a procuramos influenciar nas decisões da montadora”, finalizou.