Neste domingo (1º), a bancada dos trabalhadores na 113ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT) fez uma reunião preparatória para as próximas duas semanas de debates que ocorrerão durante o evento, realizado na sede da entidade em Genebra, na Suíça. No encontro, a holandesa Catelene Passchier foi eleita por unanimidade como representante da bancada para o evento, reforçando o compromisso da classe com os direitos trabalhistas.
“É uma honra e uma grande responsabilidade representar os trabalhadores nesta conferência que debate os rumos do trabalho no mundo inteiro. Vamos lutar por propostas concretas e justas”, afirmou Passchier.
Ela apresentou os principais temas que vão marcar a conferência deste ano: proteção contra perigos biológicos no ambiente de trabalho, trabalho decente na economia de plataformas, abordagens inovadoras para combater a informalidade e promover transições para o trabalho formal, contribuições para a Segunda Cúpula Mundial de Desenvolvimento Social, cumprimento das recomendações da OIT sobre Myanmar e emendas ao Código da Convenção sobre o Trabalho Marítimo, 2006.
O representante da bancada dos trabalhadores brasileiros este ano é Lourenço Prado, secretário de Relações Internacionais da UGT (União Geral dos Trabalhadores) e presidente da Contec (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito), com Ricardo Patah, presidente nacional da UGT, como suplente.
Representando a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) estão presentes na Conferência o presidente nacional, Antonio Neto, além de Aelson Guaita, Vitor Imafuku, Clovis Renato, Érica Regina Albuquerque e Ana Paula Guedes.
Economia de plataformas: uma discussão com a digital da CSB
Dentre os temas em pauta nesta edição da Conferência, o destaque foi para o trabalho decente na economia de plataformas, uma questão cada vez mais urgente e incontornável.
“As transformações do mundo do trabalho, impulsionadas pelas tecnologias digitais, tornam fundamental a criação de novas proteções sociais e garantias para os trabalhadores por aplicativos”, ressaltou Passchier.
O Brasil tem sido central nessa discussão. Em 2022, durante a 110ª Conferência da OIT, a CSB, representada por Antonio Neto, propôs a criação de uma convenção internacional específica para os trabalhadores em aplicativos.
“O trabalho por aplicativos é uma realidade cada vez mais presente, mas não podemos aceitar que ele seja sinônimo de precarização. É preciso construir regras claras, que garantam direitos e proteção social para esses trabalhadores, e o Brasil mostrou na OIT que essa luta é necessária”, disse Antonio Neto.