Notícia - Trabalho por plataformas será destaque nos debates da 113ª Conferência da OIT

Organização Internacional do Trabalho (OIT), que ocorre de 2 a 13 de junho, em Genebra, Suíça. O encontro reunirá representantes de governos, empregadores e trabalhadores de 187 países para discutir os principais desafios e perspectivas das relações de trabalho no mundo.

Este ano, três comissões temáticas centrais terão atenção especial: trabalho informalriscos biológicos no trabalho e economia de plataformas digitais. Além disso, a Conferência terá Comissão de Aplicação de Normas, que analisa o cumprimento das convenções internacionais por parte dos países.

De acordo com o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa, os temas escolhidos para a Conferência deste ano são de extrema relevância para a classe trabalhadora, especialmente diante das transformações recentes no mundo do trabalho.

“A conferência tem uma agenda extremamente importante. Além da Comissão de Aplicação de Normas, que analisa anualmente o cumprimento das normas internacionais do trabalho, temos três comissões que são extremamente relevantes”, destaca Lisboa.

A primeira trata do trabalho informal, uma realidade que atinge milhões de pessoas na América Latina e no Brasil. Estão incluídos trabalhadores ambulantes, catadores e também trabalhadores de aplicativos que operam em condições precárias e sem direitos garantidos. “Na nossa delegação nós vamos ter companheiros desses setores”, informou Lisboa, destacando a importância de garantir voz a esses trabalhadores nos espaços internacionais.

A segunda comissão discute riscos biológicos, com atenção especial aos efeitos do estresse térmico, um problema agravado pelas mudanças climáticas e cada vez mais presente em diversas atividades laborais. “Nós da CUT vamos fazer um evento especial lá, com a AFL-CIO dos Estados Unidos e a SEWA, que é uma organização indiana, sobre estresse térmico”, explicou Lisboa.

A terceira comissão deve concentrar os debates mais intensos: a economia de plataformas. Trata-se da preparação de uma proposta de convenção internacional da OIT, prevista para 2026, que estabeleça direitos mínimos para trabalhadores de plataformas digitais. Lisboa ressalta que esta será uma disputa central.

“Vai ser uma guerra. Porque obviamente que as plataformas — e a gente conhece muito bem as principais delas — estão muito mobilizadas e organizadas para que nada seja feito, porque a situação como está é o que eles querem. Levando os trabalhadores ao trabalho informal precário, muitas vezes ao trabalho escravo. Nós tivemos trabalhadores brasileiros escravizados recentemente em Mianmar, nessa área”, alertou.

A CUT reafirma seu compromisso com a luta por direitos trabalhistas universais, condições dignas de trabalho e inclusão social, e estará em Genebra ao lado de organizações de trabalhadores de todo o mundo para garantir que os avanços discutidos se transformem em normas concretas, eficazes e aplicáveis.

“Nós vamos com a nossa delegação para fazer parte disso”, concluiu Lisboa.


Fonte:   André Accarini - CUT / Foto: OIT - 02/06/2025

 

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