Notícia - Metalúrgicos de São Leopoldo lembram um ano das enchentes que assolaram o RS

Há um ano, vivenciamos a maior catástrofe climática da história do Rio Grande do Sul. Durante meses, a rotina de todos mudou e por 33 dias o ginásio Bigornão do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) serviu de alojamento para 1.200 pessoas atingidas pela enchente de maio de 2024, além de dezenas de pets, entre cachorros e gatos, alocados na área de lazer.

“Faz um ano dessa tragédia e no começo, pensávamos que seriam poucos dias. Isso fica na história e os futuros dirigentes saberão desse momento e hoje, é importante lembrar a categoria e os empresários a nossa tarefa perante a sociedade. Temos muito orgulho da nossa atuação”, afirma o presidente do Sindicato, Valmir Lodi.

Foi na tarde de 3 de maio, uma sexta-feira, que começaram a chegar as primeiras pessoas e por conta da localização de fácil acesso, durante vários dias o Sindicato se tornou uma espécie de QG, onde coordenadores de outros abrigos pegavam roupas, mantimentos, alimentos e marmitas prontas para levarem aos alojados em outros pontos da cidade. O vai e vem dos voluntários se tornou constante para minimizar o sofrimento das pessoas. Na cozinha comunitária, montada no salão de festas, foram feitas as comidas servidas em quatro refeições por dia.

O atendimento na entidade foi suspenso nos primeiros dias e após, realizado de forma parcial até ser totalmente retomado. De acordo com Valmir, o desejo de todos é que uma tragédia como esta não aconteça novamente. “Esperamos nunca mais passar por isso. Porém, já que isso aconteceu que tenhamos aprendido a olhar para o próximo e que é possível recomeçar”, acredita ele.

Durante o período do abrigo, dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), representantes da ONG Cadena Internacional e da UNHCR/ACNUR, a Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados visitaram o alojamento do Bigornão. No dia 16 de maio, parte do programa Pretinho Básico, da Rádio Atlântida, foi transmitido do STIMMMESL.

O dirigente destaca também a atuação da entidade após o abrigo ter sido desativado, com doação de cestas básicas para os trabalhadores e entidades sociais locais. “Abrimos as portas do Sindicato e seguimos lutando e contribuindo para reconstruir a nossa cidade e nosso estado. Agora, um ano depois seguimos trabalhando em prol da categoria, para manter empregos com qualidade e conquistar um aumento digno para os trabalhadores na campanha salarial deste ano”, enfatiza.

Assim como o STIMMMESL, diversas entidades sindicais se tornaram abrigo para os desalojados por conta das chuvas e inundações. “A nossa luta não é só por reajustes e melhores condições de trabalho, também é olhar para a população, para as periferias que precisam da nossa organização enquanto sindicato. Viva a classe trabalhadora. Viva os metalúrgicos de São Leopoldo e Região”, acredita Valmir.

 

Relembre

O município de São Leopoldo foi um dos mais atingidos, com 250 mil habitantes e chegou a contabilizar cerca de 180 mil pessoas atingidas com as enchentes, mais de 100 mil pessoas fora de seus lares, 34 mil casas atingidas pelas cheias e 13 mil abrigados nos mais de 100 alojamentos da cidade.


Fonte:   Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região / Foto: Divulgação / STIMMMESL - 05/05/2025

 

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