Notícia - Metalúrgicos da Gerdau conquistam estabilidade no emprego

Trabalhadores da Gerdau, em São José dos Campos, conquistaram estabilidade no emprego para todos. A nova proposta de layoff apresentada pela fábrica foi aprovada em assembleias, nesta quarta-feira (13).

Na semana passada, os operários rejeitaram a suspensão temporária dos contratos de trabalho, que não previa estabilidade nem pagamento de direitos. Após a recusa, em reunião com o Sindicato, a Gerdau se comprometeu a garantir os empregos dos cerca de 380 trabalhadores da fábrica durante o layoff. Para quem for afastado, haverá estabilidade por mais três meses, no retorno à fábrica.

A empresa pretende suspender cerca de 50 contratos por cinco meses, com início em 1º de abril. A estabilidade no emprego será garantida para todos até o fim de agosto.

Nesse período, os trabalhadores afastados terão a garantia de pagamento do vale-alimentação e farão cursos de qualificação. Parte do pagamento dos salários será custeada pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

“Apesar da aprovação da proposta, os metalúrgicos da Gerdau seguem mobilizados. O layoff é uma ferramenta utilizada para manutenção dos empregos, mas a luta é constante. Até porque a empresa vem demitindo em massa desde o ano passado e fala em reestruturação no Brasil”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.

Mobilização
Desde janeiro, os trabalhadores da Gerdau em São José dos Campos estão mobilizados por estabilidade no emprego.

De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, nos últimos meses, a Gerdau já demitiu cerca de mil trabalhadores no Brasil, o equivalente a 5,5% de sua força de trabalho no país. O presidente da companhia, Gustavo Werneck, culpa a concorrência com o mercado chinês e ameaça fazer novos cortes.

Produção de aço
Segundo levantamento do Instituto Aço Brasil, o país encerrou o ano passado com queda de 6,5% na produção de aço bruto, se comparado a 2022. Além disso, houve disparada de 50% nas importações do produto no mesmo período, com a maior parte vindo da China.

Porém, embora detenha mais da metade da produção mundial de aço (55%), a participação chinesa no mercado de aço não mudou em 2023. Dados compilados pelo Ilaese (Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos) mostram que, na comparação com 2022, a produção chinesa foi estável (+0,1%).

Lucros
A Gerdau também argumenta queda na produção e na lucratividade em 2023. Houve redução no lucro, mas não prejuízo. A gigante do aço fechou o ano passado no azul, com lucro líquido de R$ 7,54 bilhões.

Além disso, a siderúrgica ampliou suas receitas nos últimos anos. Segundo o Ilaese, o lucro líquido da Gerdau passou de R$ 2,38 bilhões em 2020 para R$ 11,47 bilhões em 2022. Ou seja: a empresa teria condições de manter os postos de trabalho no Brasil.

No que se refere a intervenção em favor dos trabalhadores ou incentivos públicos, o governo federal segue estacionado.

“A nova política industrial do governo Lula não oferece garantias concretas para a manutenção dos empregos e direitos no país. Entra governo, sai governo, e a vida da classe trabalhadora não melhora. A única arma dos operários é lutar ao lado dos sindicatos”, conclui Weller.


Fonte:  Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos / Foto: Roosevelt Cássio - 13/03/2024

 

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