Após 45 dias sob poder do desastroso governo de ultradireita de Javier Milei, trabalhadores argentinos pararam o país contra a destruição de direitos, na quarta-feira (24). A greve geral foi convocada pela CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), maior sindicato da Argentina, e outras organizações sociais e políticas de esquerda, com adesão de cerca de 1,5 milhão de pessoas.
A CSP-Conlutas enviou uma delegação de dirigentes e ativistas ao país, em apoio ao movimento. O Sindicato dos Metalúrgicos também é solidário ao povo argentino. No Brasil, atos de apoio à mobilização foram realizados em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS).
A manifestação foi em protesto contra o “decretaço” de Milei, que reduz direitos trabalhistas, aumenta os preços dos alimentos e promove a privatização de empresas estatais.
Os ataques aos trabalhadores pretendidos pelo presidente são muitos. Alguns exemplos: substituição de indenizações trabalhistas por valores inferiores e parcelados; substituição de horas extras por banco de horas; ampliação do período de experiência para oito meses; acordos coletivos irão expirar todos os anos, eliminando direitos; restrição do direito à greve e outras formas de luta.
No mesmo dia da greve geral, a Justiça argentina revogou seis artigos do decreto, barrando as mudanças nos direitos trabalhistas.
Milei também apresentou um projeto de lei, a chamado “Lei Ônibus”, que se for aprovado pelo Congresso Nacional, ampliará os poderes do presidente e abrirá brecha para repressão de movimentos populares.
Numa tentativa de barrar as manifestações, ele prometeu punir funcionários públicos que participassem da greve e até abriu um canal de telefone para receber denúncias sobre participantes, mas nenhuma de suas medidas funcionou. O país parou.
“O Sindicato declara apoio total à luta dos trabalhadores argentinos, que veem seus direitos serem pisoteados por um presidente autoritário, que só serve aos interesses dos empresários. A greve geral é um exemplo de como a luta popular é poderosa e serve de referência para os trabalhadores brasileiros”, afirma o diretor do Sindicato Herbert Claros.