Realizada nesta terça-feira (12), a última reunião do Grupo de Trabalho dos Aplicativos terminou com um acordo entre motoristas e empresas, mas sem consenso entre entregadores e representantes dos apps de entrega.
Pela CSB, participaram do encontro o presidente nacional da central, Antonio Neto, e Nicolas Souza, da Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos.
O prazo de encerramento do GT é nesta quarta (13), quando o presidente Lula deve receber o resultado das negociações na parte da tarde. Pela manhã, o subgrupo dos entregadores deve se reunir mais uma vez antes de finalizar o relatório.
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O secretário nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho, Gilberto Carvalho, não deu detalhes sobre o consenso a que se chegou no caso dos motoristas, mas disse que só se pode falar em acordo se o presidente chancelar.
“Houve um bom encaminhamento, uma aproximação muito grande. Estamos com uma boa perspectiva de que amanhã na conversa com o presidente Lula se acerte essa questão”, afirmou ao Poder360.
Já em relação aos entregadores de bens e alimentos, os representantes das empresas não mudaram o posicionamento desde a última reunião em que não houve acordo. Na ocasião, as plataformas apresentaram duas propostas de remuneração mínima: R$ 10,20 a R$ 12 para motociclistas, e R$ 6,54 e R$ 7 para ciclistas, por hora trabalhada.
No entanto, os motoboys pedem R$ 35,76 por hora logada na plataforma, levando em consideração os custos que têm para exercer a atividade, como combustível, smartphone, pacote de internet e equipamentos de segurança.
O levantamento dos custos e o cálculo da remuneração mínima foram feitos com o apoio do Dieese.
De acordo com Carvalho, se não se chegar a um consenso no grupo, o presidente Lula deve anunciar medidas para regulamentar o setor baseado nas informações do relatório do GT.
“Estamos preocupados porque os entregadores precisam desse acordo. É a área que tem mais acidentes, mais mortes, menos ganhos”, disse.
Antes da reunião desta terça, motoboys fizeram uma mobilização em frente ao Ministério do Trabalho, pressionando para que as empresas melhorassem os termos de suas propostas.
Se tudo permanecer inalterado, a categoria prometeu uma paralisação nacional na próxima segunda-feira, 18 de setembro.