O governo sul-coreano tem cometido dura repressão contra o movimento sindical no país. O Sindicato dos Metalúrgicos Coreanos (KMWU, sigla em inglês) tem assumido uma posição mais firme contra os abusos do governo.
Os protestos realizados reuniram mais de 100 mil trabalhadores de vários setores em uma greve nacional, exigindo melhores direitos trabalhistas e justiça.
Durante os comícios, os líderes do KMWU apresentaram várias demandas, incluindo a reforma da Lei de Ajuste Sindical e de Relações Trabalhistas (TULRAA). Eles também exigiram aumentos salariais para todos os trabalhadores, começando com um aumento do salário mínimo.
Outro ponto reivindicado pelos trabalhadores é a rejeição da proposta que aumenta a jornada de trabalho semanal para 69 horas, o que causaria um grande impacto no bem-estar do trabalhador. As demandas centrais incluíam o fim da repressão sindical pelo governo e a renúncia do regime de Yoon Suk-Yeol.
O presidente da KMWU, Yoon Jang Hyeok, enfatizou a urgência de suas demandas, afirmando que a proposta de reforma da lei trabalhista deixará os trabalhadores vulneráveis e sem proteção adequada. Ele diz que a greve era mais do que apenas direitos trabalhistas; era uma defesa da democracia, da paz e dos meios de subsistência das pessoas comuns. O sindicato prometeu se unir a outras forças sociais para lidar com a escalada da repressão.
A greve nacional, que ocorreu de 3 a 15 de julho, fez parte do protesto mais amplo da Confederação Coreana de Sindicatos (KCTU) contra as ações do governo em relação aos sindicatos. Mais de 100.000 membros do KMWU, incluindo trabalhadores da Hyundai Motor, Hyundai Mobis, Daewoo Shipbuilding e Hyundai Heavy Industries participaram da greve.
A situação no país piorou quando o governo coreano realizou batidas em sedes sindicais, levando à prisão e acusação de vários sindicalistas. Tragicamente, essa repressão resultou na autoimolação do sindicalista Yang Hoe-Dong.
"IndustriALL se solidariza com o KMWU e a classe trabalhadora coreana, instamos firmemente o governo coreano a respeitar plenamente os direitos dos trabalhadores. A condenação da repressão trabalhista na Coréia pelo diretor-geral da OIT, juntamente com as quatro denúncias apresentadas contra o governo no Comitê de Liberdade Sindical da OIT, destacam a urgência de abordar essas questões,” falou Atle Høie, secretário geral da IndustriALL.