Trabalhadores da Embraer, em São José dos Campos, aprovaram a pauta da Campanha Salarial unificada. A votação foi feita em assembleia, na unidade da Faria Lima, nesta terça-feira (18).
Para fortalecer a luta na empresa, este ano a Campanha Salarial na Embraer tem bancada unificada com cinco sindicatos dos metalúrgicos: São José dos Campos, Taubaté, São Paulo, Sorocaba e Araraquara.
A unificação é necessária diante da recusa dos patrões em assinar a convenção coletiva. Desde 2018, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que representa as empresas do setor aeronáutico e a Embraer, não assina o documento.
Nesta segunda (17), o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região protocolou a pauta de reivindicações na Fiesp, na capital. A mobilização será por reajuste salarial de 11,5%, ampliação de direitos e revogação das reformas trabalhista e previdenciária.
Pauta unificada
Além da pauta regional, os cinco sindicatos estão unidos em defesa dos empregos e direitos dos trabalhadores da Embraer. Em carta enviada à empresa, as entidades reivindicam:
- Aumento real de salário.
- Renovação de todas as cláusulas sociais da última convenção coletiva assinada.
- Estabilidade no emprego até 31 de dezembro de 2023.
- Vale-alimentação de R$ 800.
- Redução da jornada de trabalho sem redução de salário.
- Abertura de negociação de PLR (Participação nos Lucros e Resultados).
Nota conjunta
Em junho, as entidades já haviam publicado uma nota conjunta destacando as práticas repressivas e antissindicais adotadas pela fábrica ao longo dos anos.
O documento denuncia que a “segunda maior empresa exportadora do país mantém seus trabalhadores sem os direitos garantidos nas convenções” e reporta que a “Embraer afronta despudoradamente a Constituição e demais leis brasileiras ao cercear o direito à livre organização dos trabalhadores, por meio de um sem-número de iniciativas”.
Na convenção coletiva, há 61 cláusulas com direitos adquiridos ao longo de décadas de luta pelos metalúrgicos. Ao ignorar o documento, os patrões desprezam todas essas conquistas e colocam o trabalhador em uma situação de desamparo.
Além dos cinco sindicatos, a nota conjunta também é assinada pela CSP-Conlutas, Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Força Sindical e Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos (FEM) da CUT-SP, cujo presidente Erick Pereira da Silva participou da assembleia de hoje, em São José.
“São anos de luta contra a estratégia usada pela Embraer para desmobilizar os trabalhadores e rebaixar salários e direitos. Por isso, a união dos cinco sindicatos se fez necessária. Juntos, exigiremos da Fiesp e da Embraer a assinatura da convenção e a solução imediata das diversas irregularidades cometidas pela empresa, como repressão a assembleias e greves e constante monitoramento dos trabalhadores”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.