A CUT e as demais centrais sindicais iniciam nesta sexta-feira (16) em todo país uma Jornada de Mobilização Contra a Política Monetária do Banco Central, para pressionar a entidade monetária a baixar a Taxa Selic dos atuais 13,75%, números que deixam o Brasil com a maior taxa real de juros do mundo e impedem o crescimento da economia.
Para o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, não basta apenas baixar os juros, é preciso que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, saia do cargo pois ele representa a política econômica que foi derrotada nas urnas na eleição presidencial do ano passado e suas atitudes agora representam um boicote do projeto econômico do terceiro governo Lula.
“Aprovamos em nosso 11º Congresso uma campanha da categoria pedindo a saída de Campos Neto da presidência do Banco Central. Junto com essa iniciativa da CUT e das centrais, estaremos movimentando e mobilizando nossa base para estar nas ruas dizendo em alto e bom som que é preciso tirar ele do cargo”, afirma Loricardo.
O dirigente disse que, além da mobilização nas ruas, o movimento sindical estará articulando para que seja feita uma sabatina com o presidente do BC no Senado, casa legislativa que aprovou a entrada de Campos Neto no banco e pode, por lei, tirá-lo do cargo.
“Estamos conversando com senadores responsáveis pela Comissão de Administração e Finanças para que Campos Neto seja chamado ao Senado e explique os motivos dele manter essa política de juros que deixa o país no atraso. No início de julho estaremos em Brasília para tratar dessa e de outras pautas importantes para os metalúrgicos. Não podemos esperar até o fim de 2024, quando acaba o mandato de Campos Neto, para que ele saia. A hora é agora de desenvolver esse país. Essa é a nossa tarefa como classe trabalhadora: derrubar a taxa de juros, desenvolver o país com crescimento econômico, distribuição de renda, direitos e empregos de qualidade”, afirma o sindicalista.
Governo e empresários também reclamam
A política de juros nociva do Banco Central não irrita apenas os trabalhadores. Há meses o governo federal, principalmente o presidente Lula, vem reclamando da atuação de Campos Neto quanto aos juros. Essa semana, em evento com empresários do varejo, o mandatário do BC foi cobrado de forma dura pela empresária Luiza Trajano, dona do Magazine Luíza, sobre os juros. Enquanto isso, Campos Neto repete que é preciso ter paciência sobre o assunto e que os juros só cairão mais à frente.
O Relatório Focus, divulgado todas as segundas-feiras pelo Banco Central, indicou na publicação da semana passada que o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá manter a taxa básica de juros no patamar de 13,75%, tanto na próxima reunião, que acontece nos dias 20 e 21 de junho, como na reunião do mês agosto. O Copom se reúne a cada 45 dias para avaliar a política econômica.