Os ministros da Fazenda, Fernando  Haddad (PT), e do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva  (Rede), participam do encontro anual do Fórum Econômico Mundial que  começa nesta segunda-feira (16), em Davos, na Suíça. Representando o  presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que decidiu não participar do  encontro para realizar suas primeiras visitas internacionais à  Argentina e ao Uruguai, nos dias 23 e 24, Haddad e Marina levarão a  mensagem de que o novo governo brasileiro está comprometido com um novo  arcabouço fiscal, que leva em conta a responsabilidade econômica e  ambiental.
Em sua 53ª edição, o Fórum Econômico Mundial terá como  tema a “Cooperação em Mundo Fragmentado”. Ao todo, são esperados 52  chefes de Estado e de governo e um público estimado em 2,7 mil pessoas  de 130 países, até sexta (20), quando termina o evento.
Segundo  assessores do governo, os ministros, alinhados com Lula, mostrarão aos  participantes que a economia e a sustentabilidade andarão juntas, e que a  democracia brasileira está sólida, apesar dos atos terroristas de  apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que, no último dia 8,  invadiram e depredaram as sedes dos trêspoderes, em Brasília. Haddad,  que participará de dois debates, amanhã e quarta (18), quer certificar  os representantes estrangeiros de que as instituições brasileiras não  estão ameaças pelo episódio golpistas.
Agenda dos ministros
O  ministro da Fazenda discursará em um primeiro painel, intitulado de  “Brasil: um novo roteiro”, previsto para às 4h30 (horário de Brasília). O  debate tratará da desaceleração econômica global e dos desafios sobre  as demandas domésticas. No dia seguinte, Haddad participará do evento  para falar sobre as diversas lideranças na América Latina, das políticas  econômicas e do papel global da região, em painel às 11h15 (horário de  Brasília).
Já Marina, por sua vez, deve tratar sobretudo da  Amazônia, que deixou em alerta as autoridades internacionais ao longo do  governo Bolsonaro. Ela foi apresentada pelo fórum com grande destaque e  deve assumir o primeiro debate, “Em harmonia com a natureza”, às 14h30,  logo após a cerimônia de abertura do Fórum. A ministra volta ao palco  na quinta (19), às 13h30 (horário de Brasília), para falar no painel “A  Amazônia em uma encruzilhada”. Haddad e Marina também devem participar  de uma agenda conjunta na terça, por volta das 9h, e travar conversas  com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do Equador, Guilherme  Lasso.
Além da delegação federal, também estarão no encontro os  governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Helder Barbalho  (MDB-PA) e Eduardo Leite (PSDB-RS), empresários e representantes de  organizações sociais. Entre elas, o fundador do MapBiomas, Tasso  Azevedo, o pesquisador e especialista em meio ambiente Carlos Nobre e a  presidente do Instituto Igarapé, Ilona Szabó de Carvalho.
Temor sobre recessão global
O  tema desta edição, de acordo com o fórum, em nota, trata de “um  incentivo ao diálogo e à cooperação em um momento em que múltiplas  crises dividem as sociedades e fragmentam o cenário geopolítico”. “As  lideranças precisam lidar com as necessidades imediatas e cruciais da  população ao mesmo tempo em que armam as bases para um mundo mais  sustentável e resiliente até o fim desta década”, afirma.
Há um  forte temor com uma recessão global iminente e com as ameaças ambientas,  segundo a organização de Davos. Ela realizou uma pesquisa que aponta  que dois terços de economistas-chefes dos setores públicos e privados –  18% –, entrevistados pelo fórum, indicam como “extremamente provável”  uma recessão. Mais do que o dobro da pesquisa anterior, realizada em  setembro de 2022.
“A atual inflação alta, baixo crescimento,  dívida elevada e ambiente de alta fragmentação reduzem os incentivos  para os investimentos necessários para voltar ao crescimento e elevar os  padrões de vida dos mais vulneráveis do mundo”, disse a diretora  executiva do Fórum Econômico Mundial, Saadia Zahidi, em comunicado que  acompanha os resultados da pesquisa divulgada nesta segunda.
Fórum Social Mundial
Em  paralelo ao encontro em Davos, os movimentos sociais e as centrais  sindicais realizam, entre os dias 23 e 28, o Fórum Social Mundial, na  Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Realizado  desde 2001 em contraponto à agenda neoliberal e capitalista do Fórum  Econômico Mundial, o encontro regional, que reúne também autoridades de  todo o mundo, terá como tema “Um outro mundo possível. Democracia,  direitos dos povos e do planeta”.
O evento marcará a resistência  do povo brasileiro após a posse de Lula e abrirá mais um ano de luta  contra o fascismo, o racismo, as desigualdades e o patriarcado. As  atividades autogestionadas poderão ser presenciais, híbridas ou  virtuais. E as inscrições já estão sendo realizadas neste link.
Calendário 
23 (segunda)
9h | Atividades Autogestionadas – AL/RS
14h | Atividades Autogestiondas – AL/RS
14h | Abertura FSM da Pessoa Idosa – Teatro Dante Barone
19h | Mundo Multilateral e o combate ao Fascismo – Teatro Dante Barone
24 (terça)
9h| Atividades Autogestionadas – AL/RS
14h | Atividades Autogestionadas – AL/RS
19h | Brasil da Esperança: O país que Queremos – Teatro Dante Barone
25 (quarta)
9h | Convergência Mundo do Trabalho – Teatro Dante Barone
9h | Atividades Autogestionadas -AL/RS
10h | Sindicalismo e Trabalho Decente – Teatro Dante Barone
14h | Economia Solidária – Teatro Dante Barone
17h | Marcha do FSM Porto Alegre 2023 – Largo Glênio Peres
20h | Ato Político Cultural – AL/RS
26 (quinta)
Seminário Internacional – Teatro Dante Barone
9h | Luta Antirracista, Popular e Periférica
14h | Por um Brasil Feminista
17h | Combate à Fome e a Luta Socioambiental
27 (sexta)
Seminário Internacional do FSM – Teatro Dante Barone
9h | Direitos Sociais: Educação, Cultura, Saúde e Assist. Social
14h | Participação Popular e Controle Social
17h | Noite do Hip-Hop
28 (sábado)
Parque da Redenção
15h às 20h | Festival Social Mundial
Com informações do jornal Folha de S. Paulo, da CNN e do portal UOL