Os metalúrgicos da região aprovaram reajuste salarial e manutenção de direitos em quatro convenções coletivas e 21 acordos coletivos na assembleia geral da categoria, realizada neste sábado (18). Com isso, mais 4 mil metalúrgicos da região conquistaram o reajuste e a manutenção dos direitos nesta Campanha Salarial.
Participaram da assembleia 60 trabalhadores de 25 fábricas. O encontro foi realizado na sede do Sindicato, em São José dos Campos.
Com mais essas conquistas, já são, no total, 9.609 metalúrgicos da região com convenções e acordos aprovados, representando 97 empresas.
Propostas aprovadas
Durante a assembleia, que seguiu todas as medidas e os protocolos de prevenção à covid-19, os trabalhadores aprovaram a proposta de quatro sindicatos patronais, além dos acordos da Assecre, os quais garantiram a reposição da inflação em setembro de 2021:
– Sifesp (fundição): 10,42% de reajuste salarial, renovação das cláusulas sociais por dois anos e inclusão da licença remunerada para mulheres vítimas de violência doméstica. Principal empresa: Winoa.
– Sicetel (trefilação de metais ferrosos): 10,42% de reajuste salarial a partir de 1º de setembro e renovação das cláusulas sociais por um ano. Principais empresas: Gerdau e Armco.
– Siniem (estamparia): 10,42% de reajuste salarial e renovação das cláusulas sociais por um ano. O sindicato patronal fez a proposta com possibilidade de parcelamento da inflação (INPC), mas as empresas desse segmento, representadas pelo nosso Sindicato, oficializaram para nossa entidade que vão conceder o reajuste de 10,42% em setembro sem parcelamento. Empresas: Ball, Ardagh e MS Ambrógio.
– Sindratar (refrigeração): 10,42% de reajuste salarial em setembro e renovação das cláusulas sociais por dois anos. Principais empresas: Frioar e Ambientecon.
– Assecre (Chácaras Reunidas): 10,42% de reajuste salarial em setembro e renovação das cláusulas sociais por um ano, para 21 empresas que entraram no acordo: Forming Tubing, Pirâmide, Delta, Haldex, Rosenberger Domex, Sadel, Polutex, Sectron, Reintech, Erma Tech, Takai Maq, Speed Cut, He Indústria, Hold Meyer Tecno Tools, High Excellence, Usimaza, Usimoren, Madi Usinagem, Winnstal, Higher.
Também foram ressaltadas as conquistas históricas em benefício da mulher metalúrgica.
“A violência contra a mulher está cada vez mais escancarada. É papel do dirigente, do ativista e de todo trabalhador lutar para melhorar a pauta que diz respeito às mulheres. Incluir a cláusula social que prevê licença remunerada às companheiras vítimas de violência doméstica nos acordos e convenções coletivas é uma grande conquista. É a oportunidade que a vítima tem de sair daquele ciclo de violência”, afirmou a diretora do Sindicato Luciene da Silva.
Aviso de greve
Os trabalhadores também rejeitaram a proposta de quatro entidades patronais na assembleia geral e aprovaram o aviso de greve para elas. Os novos avisos foram aprovados para os setores de esquadrias metálicas, materiais ferroviários e rodoviários, artefatos de ferro e artefatos de metais não-ferrosos. Todos esses setores querem parcelar o reajuste entre setembro deste ano e fevereiro do ano que vem.
O Sindicato já havia protocolado aviso de greve em sete bancadas patronais que propõem o fim da estabilidade aos lesionados: autopeças, parafusos, forjaria, trefilação de metais não-ferrosos, eletroeletrônicos, máquinas e aeronáutico. Alguns desses setores querem mudar a convenção coletiva, permitindo a terceirização e excluindo a contribuição sindical. Nessas bancadas, agora é fábrica por fábrica.
Com isso, já são 11 representantes patronais alertados de que os metalúrgicos não vão abrir mão de direitos nem de aumento: Fiesp (setor aeronáutico), Sindipeças (autopeças), Sinpa (parafusos), Sindforja (forjaria), Sinaees (eletroeletrônicos), Sindimaq (máquinas), Sindicel (trefilação de metais não-ferrosos), Siescomet (esquadrias metálicas), Sinafer (artefatos de ferro), Siamfesp (artefatos de metais não-ferrosos) e Simefre (materiais ferroviários e rodoviários).
Na assembleia geral, houve ainda a aprovação do aviso de greve para 26 fábricas representadas pela Assecre, que também propõem reajuste parcelado. São elas: Amaro Design, Oblen, Do Vale, Eltex, RF Com, Eng. Vale, Enifer Usinagem, Ferrusmol, Techal, Frimec, Tecmag Primitiva, Tecmag, G&L, GHM, Tecnovale, Troya Ind., Usieng, Imagem Automação, Usimaq, LF Usinagem, CRC, Lomavir, Visiontec, Metalica, MGF Usinagem e Nery.
Também foi aprovado o envio do aviso de greve para duas empresas que até agora não garantiram o reajuste dos trabalhadores: Cal Leve e Magnaghi.
“Toda vez os patrões reclamam que estão no vermelho, mas a gente sabe que quem está no vermelho é o trabalhador. Não dá para aceitar inflação parcelada, e a gente tem que seguir com a mobilização nessas empresas que estão propondo o INPC pago em duas vezes. Ninguém consegue ir ao posto de gasolina, encher o tanque e pagar metade agora e a outra metade em março do ano que vem” ressaltou o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.