Notícia - Educadores de todo o Brasil se solidarizam com a luta travada pelo povo colombiano que combate o neoliberalismo nas ruas

Desde o último dia 28 de abril, milhares de colombianos e colombianas ocupam as ruas do país em uma greve geral que mobiliza a atenção de todos os países da região. Tendo como mote inicial o anúncio de uma proposta de reforma tributária apresentada por seu governo – já retirada pelo presidente Iván Duque no último dia 02 de maio em decorrência das enormes mobilizações sociais -, o que começou como um movimento de paralisação das atividades laborais de seus trabalhadores e trabalhadoras ganha, agora, contornos de uma verdadeira e legítima revolta social.

Diante de um verdadeiro massacre protagonizado por suas forças de segurança contra o seu povo em luta, com assassinatos de lideranças sociais e perseguição estatal explícita, as ruas das principais cidades do país continuam tomadas. As cenas acintosas de violência policial em Cali, terceira maior cidade do país, refletem o fracasso do projeto neoliberal na Colômbia, um dos poucos países da região que, desde a década de 1990, é submetido ininterruptamente a governos tiranos que impõem a lógica do capital sobre a vida. Diferente da maioria dos seus vizinhos da América do Sul, o país andino não vivenciou nenhum período, por mais curto que fosse, de alguma experiência de projetos populares e democráticos no poder.

O resultado dessas sucessivas experiências de governos neoliberais se agrava quando colocado em perspectiva: o país que vive a experiência de conflitos internos mais longevos do continente, a Colômbia é a segunda nação mais desigual da América Latina e o sétimo a nível global. Marcado fortemente por uma política paramilitar respaldada por décadas por sua elite governamental, os esquadrões da morte dos muitos exércitos privados que existem no país transformaram a Colômbia em um enorme campo de fossas comuns para enterrar seu povo assassinado pelo poder econômico e político. Tudo isso dá-se em consonância com o fato de o país ter em seu território o maior número de bases militares dos Estados Unidos, sendo a Colômbia o maior destino de recursos financeiros e militares desse país do norte, e segundo do mundo, só perdendo para Israel. É justamente todo esse aparato militar que hoje mata o povo colombiano.

Diante de um governo déspota que não sabe lidar com o descontentamento de sua população, as ruas se transformaram no palco de luta e resistência de seu povo. Em cartaz empunhado por manifestantes nas ruas, diante do contexto trágico da pandemia no país que já ceifou a vida de mais de 75 mil colombianos, o recado é claro: “Se um povo protesta e marcha em meio a uma pandemia, é porque seu governo é mais perigoso que o vírus”. Toda solidariedade à luta do povo colombiano, que luta por sua própria dignidade e, com seu exemplo, inspira a todos/as!

Brasília, 05 de maio de 2021

Direção Executiva da CNTE


Fonte:  CNTE - 07/05/2021


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