Notícia - Jornalistas do Ceará aprovam estado de greve nos jornais, revistas, TVs e rádios

Cansados do descaso patronal, os jornalistas de jornais, revistas, TV, rádio e assessoria de imprensa decidiram entrar em Estado de Greve para pressionar as empresas de mídia do estado a retomarem as negociações com o Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce). A decisão foi tomada em assembleia virtual realizada na noite da última sexta-feira, 19 de fevereiro. Desde outubro de 2020, os trabalhadores aguardam uma nova proposta dos empregadores.

Os operários e operárias da notícia do Ceará estão há pelo menos três anos sem reajuste salarial e sem Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) – instrumento jurídico que prevê um conjunto de direitos específicos da categoria. A situação é provocada pela intransigência dos principais conglomerados de comunicação do Estado, que dirigem os Sindicatos das Empresas de Rádio e Televisão (Sindatel) e de Jornais e Revistas do Ceará (Sindjornais).

Ações de luta e mobilização

Junto com a aprovação da entrada em estado de greve, a categoria construiu uma agenda de luta e mobilização que incluiu:

– Publicação de manifesto da sociedade civil e de autoridades pela garantia dos direitos dos jornalistas;

– Realização de Audiências Públicas nas Casas legislativas;

– Realização do Dia de Luto e Luta dos Jornalistas do Ceará;

– Produção e veiculação de mídias como spots, vídeos, cards, etc;

– Construção de outras atividades de pressão junto às empresas de comunicação do Estado.

O que significa o estado de greve?

O Estado de Greve se diferencia do indicativo de greve e da deflagração da greve em si. Ele é compreendido como uma situação aprovada pelos trabalhadores para alertar os empregadores sobre a possibilidade de deflagração de uma greve. Assim, o estado de greve figura como momento de reflexão, debate e mobilização em torno de um processo que pode vir ou não a culminar em uma greve, aqui compreendida como instrumento legal e legítimo de reivindicação trabalhista.

Quais diretos nos são negados?

Para Rafael Mesquita, presidente do Sindjorce e diretor de Mobilização da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), ao não renovar as convenções coletivas, sobretudo neste período crítico de crise de saúde e econômica, os donos de jornais, revistas, TVs e rádios sequestram direitos. “Infelizmente os trabalhadores têm de declarar Estado de Greve para ter os seus direitos devolvidos. Ao não renovar as CCTs, os patrões nos roubam garantias históricas e, ao não conceder reposição salarial, ferem o direito constitucional de todo trabalhador de revisão anual de salários”, destaca o dirigente.

Reposições salariais pendentes:

RÁDIOS E TVs:

– Reajuste de janeiro de 2019;

– Reajuste de janeiro de 2020;

– Reajuste de janeiro de 2021.

JORNAIS E REVISTAS:

– Reajuste de Setembro de 2019;

– Reajuste de Setembro de 2020.

Sem a renovação das Convenções Coletiva de Rádio e TV e de Jornais e Revistas, seguem pendentes benefícios como:

– Gratificação de chefia;

– Gratificação da área policial;

– Adicional de hora extra;

– Adicional de imagens negociadas;

– Adicional de serviços extracontratuais;

– Adicional de repórter cinematográfico ou fotográfico;

– Auxílio creche;

– Diária de viagem.

Na avaliação do presidente do Sindjorce, a insatisfação da categoria é cada vez mais forte. “Estamos aumentando a pressão pois estamos cansados da postura patronal, que nos desrespeita, tratando com absoluto desdém as reivindicações mais básicas dos jornalistas cearenses. É cruel demais a situação a que estamos submetidos”, finalizou Mesquita.


Fonte:  Sindjorce - 23/02/2021


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